Senador diz esperar votação rápida do fim da remuneração nas convocações extraordinárias

16/01/2006 - 10h25

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio - O senador Jefferson Péres (PDT-AM) diz que o Senado tem condições de votar rapidamente o projeto que prevê o fim da remuneração dos parlamentares nas convocações extraordinárias. Em entrevista ao Programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, o senador informou que já conversou com o presidente do Senado, Renan Calheiros para que a votação seja em caráter de urgência.

"Acho que no Senado passará fácil. Há um ou dois anos, talvez fosse rejeitado, eu mesmo nunca apresentei isso porque não via clima. Agora, no entanto, diante do clamor popular contra esse pagamento dessas ajudas de custo, o clima mudou completamente e o projeto vai passar. Eu espero que até com certa facilidade", analisou.

O senador disse que apresentou o projeto como uma garantia no caso de o projeto do deputado Raul Jungmann (PPS-PE) que trata do mesmo assunto, ser rejeitado na Câmara. "O meu receio era que o projeto da Câmara fosse rejeitado lá e aí nós não poderíamos fazer nada no Senado. Apresentei o meu, vamos tentar aprovar rapidamente", disse.

Péres também defendeu a redução das férias parlamentares. "O recesso é muito grande realmente. Acho que 60 dias – 30 no meio do ano e 30 no fim do ano – seriam suficientes. Acredito que também já há condições de aprovar isso nas duas casas", avaliou. Segundo ele, ao contrário do que se pensa para quem trabalha, a atividade parlamentar é muito estressante. "Para quem não quer fazer nada é o melhor dos mundos, mas para quem trabalha mesmo é exaustiva e puxa muito pelas pessoas", afirmou.

O senador disse, ainda, que é preciso votar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que modifica a tramitação das medidas provisórias, porque elas "atravancam" a pauta de votação do Senado e da Câmara, impedindo a maior produção legislativa. "Se a PEC que já está pronta para ser votada for aprovada tal como está, acho que vai melhorar muito isso. Nós produziremos muito mais e não haverá necessidade de convocação extraordinária", avaliou.