Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), informou hoje (16) que vai destinar um capítulo do relatório final a "assuntos pendentes", que não puderam ser investigados por falta de prazo ou de documentos. Segundo ele, existem temas, como fundos de pensão, sobre os quais será impossível terminar as investigações até o fim de fevereiro. Serraglio pretende apresentar o relatório final em março.

Ao comentar a quantidade de denúncias que têm surgido no processo de investigação, o deputado disse que "seria preciso criar uma operação Mãos Limpas", mas ressaltou que não é o caso do Legislativo brasileiro". A operação, realizada a partir de 1992, para apurar a corrupção na política partidária italiana, foi responsável pelo desmantelamento da máfia.

Apesar de o prazo para o fim dos trabalhos da CPMI dos Correios terminar na primeira quinzena de abril, Serraglio defende a antecipação do resultado das investigações para março. "A sociedade está cobrando resultados", afirmou o deputado. Ele ressaltou ainda a dificuldade de se conduzirem investigações numa comissão parlamentar de inquérito, durante ano eleitoral.

"É difícil, num ano eleitoral, proceder investigações numa CPI sem que ela seja contaminada pelas forças políticas que a conduzem", disse ele, referindo-se também à instalação, na Câmara dos Deputados, da CPI das Privatizações. A comissão parlamentar vai investigar os processos de privatização realizados entre 1990 e 2002.