Para presidente, Brasil não ficará mais ''à beira da falência'' em caso de crise

16/01/2006 - 20h46

Nelson Motta
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, durante pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, que a economia está "menos vulnerável aos choques externos". Em caso de uma crise financeira Internacional, o presidente explicou que o país não vai mais estar à "beira da falência", como, segundo ele, ocorreu em 1998.

Nesse ano, disse Lula, o Brasil teve que reduzir investimentos, empregos e "mendigar ajuda mundo afora". "Não vamos mais ter que prestar contas ao FMI (Fundo Monetário Internacional). Ao contrário, a partir de agora ele é que tem que nos prestar contas, pois não somos mais devedores e, sim, sócios soberanos", afirmou, em referência à quitação antecipada do débito de US$ 15,5 bilhões que o Brasil tinha com o fundo, em função da crise financeira de 2001-2002. O pagamento antecipado foi efetuado em 27 de dezembro do ano passado.

Ao falar da decisão do Brasil de livrar-se da "tutela do FMI", o presidente Lula destacou que isso não adiantaria se o pais não tivesse melhorado a sua situação interna, derrotado a inflação e garantido a estabilidade. "Reduzimos em mais da metade a inflação que herdamos e fechamos 2005 com alguns dos melhores índices da história do país. O IGPM (Índice Geral de Preços de Mercado, medido pela Fundação Getúlio Vargas), por exemplo, teve uma inflação acumulada de apenas 1,21%, a menor já registrada".

No pronunciamento, o presidente lembrou que é com base nesse índice (IGPM) que se calcula o reajuste de preços como os de aluguéis, telefone, eletricidade, entre outros. Isso significa, segundo ele, que em 2006, "praticamente não vai haver aumento no aluguel, telefone e eletricidade". "Isso mostra como vale a pena fazer um sacrifício temporário para se ter um resultado duradouro depois. Isso prova como vencer a inflação é, antes de tudo, defender o dinheiro dos mais pobres e da classe média, porque os ricos sempre sabem como se defender."