Empresários da Tunísia querem embalar azeite no Brasil e ganhar mercado no país

16/01/2006 - 11h14

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Uma delegação de empresários e autoridades da Tunísia chefiada pelo chanceler Abdelwaheb Abdallah está no Brasil para fechar negócios bilaterais de cooperação comercial. De acordo como presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antonio Sarkis, o grupo vai discutir, entre outras questões, a possibilidade de trazer azeite tunisiano para ser embalado no Brasil.

Segundo ele, a realização de eventos de aproximação entre o Brasil e o mundo árabe, como a Cúpula América do Sul – Países Árabes, no ano passado, tem impulsionado as trocas comerciais entre as duas regiões. No ano passado, os negócios subiram mais de 28%, alcançando US$ 10,5 bilhões, frente a US$ 8,2 bilhões, em 2004.

Em razão disso, Sarkis acredita que será possível atingir a meta estabelecida para 2007 pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, de elevar a corrente comercial para cerca de US$ 15 bilhões.

O executivo avalia que devem continuar em alta a compra de produtos do agronégocio, principalmente, açúcar e café, mas a intenção é diversificar os itens da pauta comercial.
O setor de construção civil também deve continuar em expansão, segundo Sarkis. Em 2005, a aquisição de materiais para o setor somou quase 2 mil itens.

"A construção civil deve ter grande expansão não apenas neste ano, mas nos próximos também", adiantou o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Para ele, os investimentos tanto de setores públicos quanto privados estão em fase de evolução nos países árabes. Há previsão de aumento na contratação de mão-de-obra especializada brasileira na construção civil para obras de infra-estrutura, como aeroportos e estradas, e também para a execução de casas populares.

Dados da Câmara de Comércio Árabe Brasileira mostram que os 22 países da Liga Árabe, entre eles a Tunísia, ocupam a quinta posição na lista de exportações brasileiras, com participação de 4,4%. Na frente, estão os Estados Unidos, Argentina, China e Holanda. Os maiores consumidores são a Arábia Saudita (US$ 1,2 bilhão), seguida pelo Egito (US$ 868 milhões), Emirados Árabes Unidos (US$ 728 milhões), Marrocos (US$ 414 milhões) e Argélia (US$ 384 milhões).

Alguns países com menor volume de compra têm aumentado bastante as importações de produtos brasileiros, dentre os quais, o Catar, com crescimento de 180%, a Líbia, com 83%, o Iêmen, com 52%, o Kuwait e Comores, ambos com 50%.