Nelson Motta
Repórter da Agência Brasil
Brasília – No pronunciamento que fez agora à noite, em rede nacional de rádio e televisão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, ao "zerar" sua dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil vai poder investir mais em favor do povo. "Com soberania, viramos uma página da nossa história. O Brasil vai caminhar com suas próprias pernas", afirmou Lula, no discurso que, ao todo, durou nove minutos.
O presidente Lula disse ainda que "o melhor" é que essa independência financeira está ocorrendo junto com uma série de outras conquistas do povo brasileiro, no mesmo momento em que, segundo ele, o Brasil tem os melhores resultados dos últimos anos na redução da pobreza e na distribuição da renda
Segundo Lula, o governo brasileiro devolveu ao FMI os US$ 15,5 bilhões que estavam à disposição do Brasil por conta da crise de 2001-2002. "Estamos provando, entre outras coisas, que não dependemos mais de empréstimos externos para continuar crescendo, podemos fazê-lo com nossos próprios recursos. Isso significa independência e desenvolvimento", afirmou.
Ele também destacou, como realizações recentes do país o crescimento da massa salarial e o aumento do crédito pessoal e consignado, além dos recordes nas exportações. "E o que mais me alegra: tudo isso ocorre na hora em que o país faz o maior investimento social da sua história", disse ainda.
Lula afirmou que, quando assumiu o governo, o país investia R$ 7 bilhões por ano em programas sociais. "Em 2005, aplicamos R$ 17 bilhões. E este ano vamos chegar a R$ 22 bilhões, beneficiando diretamente 40 milhões de brasileiros pobres.", afirmou.
De acordo com o presidente, essas vitórias só foram possíveis "graças a um trabalho sério, persistente, determinado". "Elas mostram que, com equilíbrio e maturidade, o Brasil está conseguindo fazer da política econômica e da política social duas faces de uma mesma moeda, dois pilares de um projeto de nação moderno e humano", completou.
Em dezembro, o governo brasileiro anunciou a antecipação da devolução de US$ 15,5 bilhões ao FMI. Na semana passada, o diretor-gerente do FMI, o espanhol Rodrigo de Rato, visitou o Brasil para oficializar a antecipação do pagamento.