Embrapa realizou mapeamento via satélite do Haiti para ONU

15/01/2006 - 10h43

Érica Santana e Aloisio Milani
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi a responsável por todo o mapeamento via satélite para apoiar as operações das forças de paz das Nações Unidas no Haiti (Minusath). A produção das imagens foram feitas a pedido do Ministério da Defesa e executadas pela unidade Embrapa Monitoramento por Satélite, sediada em Campinas. O órgão é referência nacional para este tipo de trabalho.

O trabalho desenvolveu três mapas com base nas imagens dos satélites Landsat e QuickBird, além do fotografias recolhidas pela missão norte-americana SRTM, em 2000, a bordo da espaçonave Endeavour. "Podemos dividir o produto em dois blocos. Um seria o mapeamento do relevo e o outro os produtos fotográficos, que é bem semelhante a uma fotografia da capital Porto Príncipe", diz o pesquisador e chefe de Pesquisa da Embrapa Monitoramento por Satélite, Marcelo Guimarães.

As tropas da ONU no Haiti podem utilizar o material para planejar táticas militares, dar informações para agricultura e ajudar a formular projetos de infra-estrutura no país, como estradas e eletrificação rural. Uma das missões da Minustah também é ajudar a aplicar recursos em projetos no país mais pobre das Américas. As principais carências do Haiti estão ligadas à saúde, educação, transportes e agricultura.

"No caso do relevo, o produto poderia ajudar na delimitação de bacias hidrográficas, apoiar medidas voltadas ao meio ambiente. No caso de emprego militar de relevo, pode-se simular a melhor rota, por exemplo, para passar com blindados. Já no caso dos produtos fotográficos, eles podem, por exemplo, auxiliar no mapeamento do uso e cobertura das terras ou em medidas de zoneamento. No Haiti, cerca de 30% das terras são agriculturáveis, então isso poderia fornecer subsídios para apoiar esse tipo de medida de zoneamento", explica o pesquisador.

Atualmente, a Embrapa aguarda a formalização de mais uma proposta de cooperação internacional com o Haiti. Por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores, a empresa deve elaborar, em conjunto com uma unidade de sensoriamento remoto do Haiti, um projeto para agricultura e recursos hídricos no país.