Líder estudantil diz que aumentar vigilantes e restringir acessos não dará mais segurança aos alunos

14/01/2006 - 10h59

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio – O coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pedro Martins, acredita que aumentar o número de vigilantes e restringir o acesso aos prédios da universidade não vão proporcionar mais segurança aos alunos da instituição. Aluno do último período do curso de Comunicação Social, ele acredita que o assalto à unidade da Praia Vermelha não deve ser visto como uma ameaça à universidade, mas como uma conseqüência da violência no Rio.

No início desta semana, um homem armado com um revólver invadiu o campus da Praia Vermelha e fez reféns alunos e professores do curso de Administração. Ele roubou relógios, celulares e dinheiro sem chamar a atenção dos vigilantes.

Para Martins, a melhor opção no período de férias da universidade é ocupar as salas de aula com projetos de extensão para a comunidade. Além de ocupar os prédios que estão vazios, a medida poderá integrar a academia com a sociedade, disseminando conhecimento para a população, dando mais oportunidade às pessoas e, conseqüentemente, reduzindo os índices de violência na cidade.

"A gente tem que criar projetos de extensão para as pessoas freqüentarem a universidade e terem acesso àquilo. É preciso tentar ter um cotidiano mais urbano, com relações mais amistosas, e não se fechar. Seria melhor contratar mais 100 professores ou 100 funcionários para esses projetos de extensão do que contratar 100 vigilantes", afirmou.

A UFRJ tem cerca de 39 mil alunos em cursos de graduação e pós-graduação, 3,5 mil professores e 9 mil técnicos administrativos. As 30 unidades acadêmicas da universidade funcionam nos campi da Ilha do Fundão e da Praia Vermelha, além de institutos isolados distribuídos pela cidade.