Conheça a história de pacientes que precisam de transplante ósseo

14/01/2006 - 13h11

Taís Leitão e Aline Beckestein
Repórteres da Agência Brasil

Rio – Em todo o país, cerca de 2,5 mil pessoas esperam na fila para receber um transplante de tecidos músculo-esqueléticos, que são ossos, cartilagens, pele e ligamentos. O dentista da Força Aérea Brasileira, Ernesto Sansoé, de 50 anos, e a jornalista Larissa Jansem, de 28 anos, são dois pacientes que aguardam um transplante ósseo para substituir próteses de quadril.

Ernesto Sansoé espera há um ano e meio na fila do banco de ossos do Instituto Nacional de Traumáto-Ortopedia (Into), ligado ao Ministério da Saúde, para fazer uma cirurgia de troca de prótese do quadril, porque a que ele utiliza desde 1991 está no fim de sua vida útil.

"A minha perspectiva de operar começa com essa campanha. Eu espero que as pessoas se conscientizem e doem. Eu posso ser chamado a qualquer momento, já fiz até os exames de risco cirúrgico, só falta ter doador", afirmou durante o lançamento da campanha no Rio. Sansoé trabalha como dentista da Força Aérea, mas pediu afastamento do trabalho por causa das dores e da impossibilidade de ficar em pé. Ele anda com muletas.

Já a jornalista Larissa Jansen, funcionária da Radiobrás, tem artrite reumatóide juvenil e, por isso, necessita trocar a prótese de quadril. A doença levou a perda dos movimentos de várias partes de seu corpo e hoje ela só pode sair às ruas com cadeira de roda. Larissa sofreu três anos até descobrir que precisava de um transplante ósseo para trocar sua prótese.

"Consultei vários médicos particulares para saber como seria feita a troca da minha prótese. Eles apenas diziam que eu teria que fazer um transplante ósseo, mas não me diziam como, nem onde fazer", relata. "Com o transplante que poderei recuperar quase 90% dos movimentos perdidos. Mas apesar de eu ser uma das primeiras pacientes da fila de espera, não aparece nenhum doador."

O Instituto Nacional de Traumáto-Ortopedia (Into) tem capacidade para receber 720 doações por ano, mas a falta de doadores faz com que a unidade opere abaixo desses números. A campanha de Doação de Ossos acontece até este domingo (15), na Praia de Copacabana, no Rio, e a programação inclui jogos de vôlei e futevôlei entre atletas e artistas de televisão, apresentações de dança e teatro.