Primeiro a implantar microcrédito no país, Banco do Nordeste tem inadimplência de 1%

13/01/2006 - 5h59

Patrícia Landim
Da Agência Brasil

Brasília – De 1998 até o ano passado, o Banco do Nordeste (BNB) desembolsou R$ 2 bilhões em cerca de 2 milhões de empréstimos no Credi-Amigo, um programa de microcrédito produtivo e orientado. Mesmo com o alto volume de operações, o banco tem inadimplência em torno de 1% nessa modalidade de crédito.

Segundo o superintendente de Microcrédito e Programas Especiais do BNB, Stélio Gama, o baixo nível de inadimplência se deve à metodologia implementada pelo programa. O Credi-Amigo prevê a formação de grupos de três a dez pessoas – chamados grupos solidários.

Esses núcleos se responsabilizam pelo pagamento integral dos empréstimos. "Nós vamos à comunidade e pedimos para que formem grupos, se um não pagar a dívida para o banco, o outro cobre", explica.

Cerca de 86% das operações são feitas por meio desses grupos, o que, segundo Gama, assegura baixos índices de inadimplência. "Essa metodologia é fundamental para reduzir a inadimplência. Isso é mostrado pelo trabalho dos mil assessores de microcrédito, dos quais 600 visitam os clientes em casa para orientar os empreendedores sobre como investir em seu negócio", avalia.

Gama observa o método ainda não atende as pessoas que têm pequenos negócios e precisam de empréstimos de no máximo R$ 100. A instituição vai oferecer uma nova modalidade do programa, o Credi-Amigo Comunidade, cujo objetivo é expandir o crédito a toda a região Nordeste e permitir que os micro-empreendedores tenham acesso aos financimentos.

A instituição financeira atende hoje toda a região Nordeste e o norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, com uma atuação em 1.985 municípios. O Credi-Amigo está presente em 1.200 municípios com 189 mil clientes ativos. De acordo com Gama, em 2005, foram emprestados R$ 440 milhões em 480 mil operações. Desde 2003, foi concedido R$ 1,3 bilhão em empréstimos, em 1,4 milhão de operações.