Lula quer criar câmara para área de transportes com participação de empresários, diz ministro

13/01/2006 - 20h09

Nelson Motta
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer promover a criação de uma câmara setorial para o setor de transportes, que possibilite o trabalho conjunto de governo e empresários na recuperação de rodovias brasileiras. O porta-voz dessa orientação foi o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, após ter participado, no Palácio do Planalto, de encontro entre Lula e representantes da Confederação Nacional do Transporte (CNT).

"O presidente Lula nos orientou que fosse criado uma câmara setorial de transportes, para que essas ações, esses investimentos que estamos fazendo tenham a participação, por via dessa câmara, dos representantes desse segmento", afirmou Nascimento.

"Foi um ganho muito grande, porque essa câmara terá objetivos de criar soluções definitivas para os problemas das rodovias brasileiras", avaliou o presidente da Confederação Nacional do Transporte, Clésio Andrade. "A câmara vai ter 45 dias para concluir estudos e criar condições para que parceiras público-privadas sejam executadas em todo o país."

A CNT apresentou ao presidente um relatório com as necessidades das rodovias brasileiras para a manutenção e conservação delas. O custo médio por quilômetro é de R$ 14.250,00. Segundo o levantamento feito pela CNT, dos 196.094 quilômetros da malha rodoviária brasileira pavimentada, 81.944 foram pesquisados, sendo que 44.733 (54%) quilômetros se apresentam em estado critico (regular, ruim ou péssimo).

Para os representantes da CNT, Nascimento disse que o governo, além da operação emergencial nas rodovias brasileiras com investimentos de R$ 440 milhões, também está aplicando mais de R$ 3 bilhões em obras "mais duradouras".

Segundo o ministro, o levantamento da CNT, que indica 17 a 20 bilhões de reais como o valor total de custos necessário para a recuperação das rodovias brasileiras, está bem próximo do que o governo pretende investir nos próximos quatros anos. "Identificamos que cerca de 20 bilhões de reais, aplicados em quatro anos, daria para restaurar as estradas brasileiras", contou.