Fiesp diz ser "positiva" presença de Bolívia no Mercosul, mas alerta para "obrigações comunitárias"

13/01/2006 - 20h06

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) avaliou, em nota, que o ingresso da Bolívia no Mercosul é positivo. Porém, advertiu que, caso o país visinho não cumpra com rigor as regras e obrigações comunitárias, o bloco poderá caminhar para um cenário de "insustentabilidade política".

"O que a sociedade brasileira espera do novo presidente boliviano é o compromisso de respeito ao Estado de Direito, aos princípios da economia de mercado, aos contratos e às instituições democráticas", diz o texto da nota.

Para a Fiesp, o Brasil não deve aceitar a incorporação do novo membro sem o compromisso firmado de que a Bolívia não deixará de cumprir as regras do bloco. "Transigir não é uma boa solução quando não há garantias de respeito aos princípios que poderão construir uma política de desenvolvimento sustentado para todo o continente."

Segundo os industriais, os entendimentos políticos entre os dois governos e a promessa de alinhamento da Bolívia com as posições brasileiras não são condições suficientes para justificar uma postura "permissiva" do Brasil diante da entrada do país visinho no bloco.

"Tampouco legitimam a dubiedade do governo brasileiro com relação ao controverso projeto boliviano de nacionalização dos hidrocarbonetos, considerado uma das bandeiras do Governo Morales – e um golpe nos investimentos da Petrobras naquele país", afirma a Fiesp no texto.