Usineiros avaliam como positivo acordo com governo sobre álcool, mas dizem ainda estar insatisfeitos

12/01/2006 - 16h51

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), em nota divulgada à imprensa hoje (12), avaliou como positivo o acordo entre o governo e os produtores. Mas o presidente da entidade, Eduardo Pereira de Carvalho, disse que os industriais ainda estão insatisfeitos.

Em reunião realizada ontem, em Brasília, o governo se comprometeu a criar um plano de estocagem da cana-de-açúcar, para evitar a falta do produto. Em troca, os produtores aceitaram em reduzir de R$ 1,08 para R$ 1,05 o preço do álcool na usina.

"Nós concordamos porque a gente entende a necessidade política do governo. Mas nenhum acordo de preços para quem defende o mercado livre deixa a gente satisfeito", afirmou Carvalho.

Segundo o presidente dos industriais, com o novo valor acertado, o combustível deve passar a ser comercializado na bomba de 2% a 3% mais barato. Hoje, o álcool hidratado (utilizado pelos bicombustíveis e pelos carros a álcool) é vendido pela usina a R$ 1,03, e o álcool anidro (que é misturado na gasolina), a R$ 1,08.

Segundo a Unica, o acordo fechado ontem conta com mais duas determinações: o aumento da produção em março e abril para garantir o abastecimento na entressafra; e a construção por parte do governo de mecanismos de mercado junto ao setor privado de forma a reduzir a grande variação de preço do produto.

"O governo finalmente declarou em alto e bom som que vai seriamente estudar junto conosco a montagem de mecanismos suficientes para que a gente não assista a uma volatilidade de preços tão grande como a que gente está vendo hoje", disse o presidente da Unica.