Secretário de Energia do Rio diz que escolha da Petrobras pela Bacia de Santos foi ''erro técnico''

12/01/2006 - 19h59

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio – A decisão da Petrobras em instalar na cidade paulista de Santos a unidade de negócios para exploração e produção de petróleo da Bacia de Santos desagradou o governo fluminense. A cidade paulista disputava com o município de Niterói, na região metropolitana do Rio, a possibilidade de sediar a nova unidade da empresa, que vai receber investimentos de US$ 18 bilhões nos próximos dez anos.

O secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer, considerou a escolha da empresa um erro técnico. Isso porque, para ele, o litoral do Rio concentra a maior parte dos blocos de exploração da bacia, que também abrange os estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

"As principais reservas de petróleo e gás natural descobertas foram em litoral fluminense. Não só o bloco BS-500, em frente aos municípios de Niterói e Maricá, como o bloco BS-400, que fica em frente a Angra dos Reis, e outros blocos potenciais, como o BS-10 e o BS-11", disse Victer.

O secretário também ressaltou o fato de Niterói possuir três portos offshore – fora do país –, preparados para receber a produção da Bacia de Santos. Segundo ele, isso é prova de que o município fluminense tem mais estrutura para receber a nova unidade e também ao fato de duas empresas multinacionais, a Maersk e a British Gas, explorarem a bacia, mesmo em litoral paulista, a partir de Niterói.

O secretário acredita que a escolha de Santos tem um caráter político e eleitoral. Ainda assim, Victer crê que a Petrobrás deva voltar atrás e escolher a cidade de Niterói para ser a sede das operações da unidade de negócios. "Essa decisão possivelmente deve ser reformada, ficando em Santos, somente, uma unidade de atividade administrativa."