Patrícia Landim
Da Agência Brasil
Brasília – O Movimento Passe Livre promove mais um ato de manifestação, amanhã (13), contra os aumentos das tarifas e más condições do transporte público brasiliense, a partir das 16h, na rodoviária do Plano Piloto. O MPL pretende evitar conflito com os policiais, apresentando um protesto "mais festivo", utilizando de música como um dos artifícios para chamar a atenção da população, segundo explica o "Camarada P", um dos coordenadores do movimento.
O estudante pede para não ser identificado com o nome verdadeiro por temer a perseguição da polícia. Na última sexta-feira (6), um protesto do MPL na rodoviãria de Brasília terminou em conflito com policiais militares. "Nós vamos continuar mobilizando a população. Também entraremos com ações legais contra o aumento da tarifa", diz ele. Em Brasília, foi implantado, desde 1º de janeiro, um reajuste médio de 23,75% para as passagens de ônibus. O preço da passagem nas rotas mais curtas passou de R$ 1,60 para R$ 2. Em rotas mais longas, passou de R$ 2,50 para R$ 3.
O movimento do Passe Livre já está presente em 20 estados hoje. O estudante Marcelo Pomar, representante do Passe Livre em Florianópolis, conta que, a partir de protestos contra aumentos de tarifas em várias capitais, começou-se a constituir uma articulação nacional. "Hoje existe uma perspectiva de articulação nacional com o objetivo de desmercantilizar o transporte, ou seja, pensar o transporte como um serviço público essencial, voltado para o interesse da coletividade".
Pomar afirma que vê com bons olhos a movimentação em Brasília. "Os índices apresentados para o aumento das tarifas são abusivos e, portanto, não existe outra saída para o brasilliense do que se organizar, manifestar e enfim, fazer exatamente o que está sendo feito", diz ele.
Os militantes criticam o fato de os transportes coletivos urbanos hoje estarem entregues a empresas concessionárias da iniciativa privada. "O transporte público está nas mãos de poucos empresários e voltado para o lucro deles. O que acaba acontecendo é o preço alto, ônibus mal- cuidados, porque os empresários não andam nos ônibus e querem economizar nos gastos, deixando-os o mais velhos possível", diz o "Camarada P". "Além disso, os motoristas e cobradores, com uma má remuneração, fazem o trabalho de uma maneira horrível."
