Para empresários, negócios lentos dificultam contratações no início do ano

12/01/2006 - 12h09

Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil

Rio - Os empresários brasileiros acreditam que o ritmo dos negócios na indústria continua lento no começo deste ano, mas fazem previsão de aquecimento nas transações nos próximos meses. Ainda assim, o número de novas contratações deve continuar em baixa. É o que revela a 158ª Sondagem Trimestral da Indústria de Transformação, divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com o levantamento, 22% dos empresários estão insatisfeitos quanto à situação presente dos negócios neste início de 2006, contra 16% que consideram as transações "boas".

A pesquisa indica que o setor também está pessimista em relação à procura por produtos industriais, tanto no mercado interno quanto no externo. Na avaliação dos empresários, o nível de procura no começo de janeiro é considerado fraco para 20% e forte para apenas 9%. Quanto às previsões da indústria para os próximos três meses, a prévia da sondagem informa que, em média, elas são mais otimistas do que a da última pesquisa (outubro de 2005), com exceção do item emprego.

No primeiro trimestre deste ano, 32% dos empresários prevêem reduzir o nível de mão-de-obra ocupada, enquanto apenas 11% têm perspectiva de aumentar. Apesar do pessimismo do setor para novas contratações, a previsão de negócios na indústria deve melhorar num horizonte de seis meses. Das 489 empresas consultadas, 55% acham que os negócios vão melhorar e apenas 12% prevêem piora.

No item produção os empresários estão otimistas: 38% acreditam que a produção industrial brasileira aumentará nos meses de janeiro a março, contra 34% que projetam redução. A prévia da 158ª Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da FGV coletou dados de 489 empresas, entre os dias 29 de dezembro e 10 de janeiro. As empresas consultadas movimentam R$ 196,6 bilhões em vendas anualmente e empregam cerca de 513,9 mil trabalhadores.