Morte de general não interferirá na missão do Brasil no Haiti, diz comandante do Exército

12/01/2006 - 17h00

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O comandante do Exército, general Francisco Roberto de Albuquerque, disse hoje (12) que a morte do general Urano Teixeira Bacellar não interferirá no trabalho que o Brasil está realizando no Haiti. "Vamos cumprir essa missão, como estamos cumprindo tantas outras que foram impostas ao longo da história. Estejam certos de que esse fato não nos abaterá. Vamos ver o nome do Brasil erguido e reconhecido no contexto internacional", afirmou o comandante, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM.

Para o general Albuquerque, é dever do Brasil continuar à frente da Missão de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, principalmente por causa da projeção internacional que isso traz para o país. "Esse mundo é globalizado, mas não basta dizer isso. Precisamos mostrar resultados. Estamos colaborando com um processo de paz e estamos coerentes com a tradição brasileira de dar prioridade a soluções multilaterais de conflitos", declarou.

O respeito aos direitos humanos, a defesa da paz e a cooperação entre os povos também são apontados por ele como fundamentais para a missão de paz. "Queremos criar condições para o estabelecimento desse estado democrático, que é tão importante, principalmente aqui nesse nosso continente americano, e aí está o Haiti".

Segundo o general, as condições de trabalho dos brasileiros no Haiti são normais. "O moral dos militares permanece alto, como sempre esteve, mostrando o excelente preparo e o valor do soldado brasileiro". Atualmente, o Brasil atua em nove missões de paz e, de acordo com o comandante do Exército, continuará "participando ativamente das missões de organismos internacionais".

Albuquerque informou que pretende acompanhar os dois generais que concorrem ao posto de comandante militar da Missão de Paz no Haiti quando eles forem à ONU. Lá, ele disse que irá tratar prioritariamente de aspectos operacionais da missão. Em seguida, o general deve ir ao Haiti para visitar a tropa brasileira. "Como fazemos periodicamente, vamos visitar a nossa tropa, não porque tenhamos problemas lá. Vamos fazer uma visita para estar com nossos homens, para conversar com eles", explicou.