Entidades avaliam que não há solução simples para armas ilegais no Haiti

12/01/2006 - 5h55

Aloisio Milani
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O relatório da Anistia Internacional, Oxfam Internacional e The Internacional Action Network on Small Arms (Ansa) sugere alternativas para mudar a situação da ausência de controle de armas no Haiti, mas reconhece a dificuldade para evitar o problema. O relatório diz que o governo provisório que comanda o país após a queda do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, em 2004, não implementou em larga escala um programa para desarmar, desmobilizar e reintegrar grupos armados no Haiti.

"Tradicionalmente, programas de desarmamento são empregados depois de guerras ou conflitos armados nos quais existem dois campos claramente definidos e um acordo de paz que firma os termos do desarmamento. Contudo, no Haiti existe grande quantidade de pequenos grupos armados com relações instáveis", diz o texto.

O documento defende um controle maior dos países produtores de armas que chegam ao Haiti, como Estados Unidos, República Dominicana, Jamaica e até o Brasil. As entidades sugerem aos países que não quebrem embargos de exportação de armas ao Haiti e que apóiem legislação internacional mais rígida.

As três organizações também dão como certa a idéia de que muitos haitianos não entregam suas armas sem que haja oportunidades pacíficas de sair da pobreza. De acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Haiti é hoje o mais pobre das Américas.