Crescimento do emprego na indústria, em 2005, foi medíocre, diz diretor de pesquisas da Fiesp

12/01/2006 - 19h18

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O aumento de 2,4% no nível de emprego na indústria de transformação paulista, em 2005, foi classificado como "medíocre" por Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Ao longo dos 12 meses do ano passado, o número de vagas criadas superou o de cortes efetuados pelo setor, resultando em um saldo positivo de 48.419 postos de trabalho, o terceiro melhor resultado desde 2000.

No entanto, Francini minimizou o impacto desse crescimento. Em sua avaliação, o estado dos empresários, no final do ano, foi de uma "tristeza antecipada", pois já era esperada a desaceleração da atividade produtiva, no último trimestre do ano passado. Segundo ele, "houve uma perda que não se recupera mais, já está contabilizada e mesmo que haja crescimento, em 2006, nada irá compensar o que se deixou de ganhar no passado".

Ele voltou a criticar a política monetária praticada pelo Banco Central ao queixar-se mais uma vez da prática de juros elevados e da interferência da instituição no mercado de câmbio. Desde o final do segundo semestre do ano passado, ele vinha alertando para a redução das atividades e afirmou que, quando a Fiesp faz previsões nesse sentido, "não está fazendo terrorismo, simplesmente, transmitindo uma visão mais próxima da realidade que é não captada, certamente, pelo Banco Central". E disse: "acreditávamos em crescimento da economia em torno de 3% e de fato o avanço ficou abaixo da média prevista, 2,3%".