Brasília, 12/1/2006 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-AL), prometeu hoje (12) ao presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta, que vai se empenhar junto ao ministro da Educação, Fernando Haddad, e ao próprio presidente Lula, "para que o projeto do governo de reforma universitária seja logo enviado ao Congresso Nacional".
Petta informou que vai pedir uma audiência com o presidente Lula discutir o assunto. Segundo ele, a posição de Aldo Rebelo, que foi presidente da UNE no princípio da década de 80, "foi firme e consistente de que o Congresso Nacional quer discutir a reforma, porque é o ambiente propício onde ela deve ser discutida".
De acordo com Gustavo Petta, uma das preocupações da UNE é que, no projeto de reforma, que encontra-se atualmente na Casa Civil da Presidência da República, "sejam criadas restrições para a compra de instituições de ensino brasileiras por capital estrangeiro". Ele disse que mais de 50% do patrimônio de uma universidade privada foi vendido recentemente para um grupo europeu e teme que isso continue acontecendo, o que "significaria a desnacionalização do ensino superior no País".
O líder estudantil disse que, no momento, o impasse em relação à reforma universitária "é que o Ministério da Educação quer uma coisa, enquanto o Ministério da Fazenda quer outra". A UNE defende a desvinculação da folha de inativos do setor, para sobrar mais dinheiro, mas, segundo Petta, o Ministério da Fazenda é contra. A separação de rubricas "permitiria mais recursos para a Educação, enquanto o pagamento dos inativos ficaria a cargo da União, mas fora do MEC", explicou.
Gustavo Petta ressaltou que, até hoje, o Ministério da Fazenda não quis recebê-lo para discutir a questão. "Estamos engessados pela política macroeconômica do governo, de fazer superávit de 4,25% do PIB [Produto Interno Bruto], quando, na verdade, está fazendo até mais que isso, em detrimento de investimentos nas áreas social e na educação", afirmou.
A União Nacional dos Estudantes está organizando uma série de manifestações no país para chamar a atenção para a reforma universitária. Os eventos deverão começar já neste mês e ter maior impulso a partir de fevereiro, quando recomeça o ano letivo, informou Gustavo Petta.
