Versão preliminar de plano sanitário condiciona restrição no trânsito de aves a estudos

11/01/2006 - 15h56

Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A proposta de restringir o transporte de aves entre os estados deverá ficar vinculada à existência de estudos sobre as condições sanitárias das criações em todo o país. É o que prevê a versão preliminar do plano de controle sanitário para a avicultura, que será discutido amanhã (12) em reunião no Ministério da Agricultura. O plano tem o objetivo de evitar a entrada da gripe aviária, também chamada de gripe do frango, no país e facilitar o controle da doença caso isso ocorra.

"A gente só pode limitar o trânsito entre uma unidade da federação e outra quando existem diferenças sanitárias entre essas duas unidades, senão os órgãos internacionais e os outros países que regulam o comércio internacional e que importam os produtos avícolas do nosso país podem interpretar essa medida nossa de fechamento de trânsito como já a existência da enfermidade nos nossos plantéis", afirmou o coordenador de Sanidade Avícola do ministério, Marcelo Mota, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo Mota, a proposta do setor avícola era que a limitação no transporte de aves vivas e produtos derivados, como animais abatidos, ovos e esterco, fosse adotada imediatamente. "O ministério não tem como colocar essas restrições no trânsito de produtos ou de animais entre as unidades da federação quando a gente não tem uma diferenciação de status sanitário entre essas duas unidades", disse. O plano também facilitará o controle da doença de New Castle. Apesar de não afetar os seres humanos, a doença mata as aves em pouco tempo.

A proposta do ministério – que depois de concluída ainda passará por consulta pública pelo período de 60 dias – prevê que os estados deverão fazer os testes anualmente por meio de exame sorológico. Mota explicou que a idéia é estruturar os órgãos de controle de sanidade animal para dar agilidade a esse trabalho de forma que os resultados sirvam para traçar o panorama sanitário dos estados ainda no ano em que os testes foram realizados.

O plano também deve regulamentar a venda de aves domésticas. As lojas que comercializam esses animais deverão registrar as informações sobre a origem da ave e sobre a venda. "O que a gente espera com essa medida e com as outras é que, no caso do acontecimento de um foco de doença de New Castle ou de influenza aviária, possa fazer a ação sanitária naquele foco e também rastrear as aves que saíram daquele foco para, assim, executar a ação sanitária da forma mais adequada possível", concluiu.