Países árabes diversificam comércio com o Brasil e devem abrir espaço para construção civil

11/01/2006 - 21h09

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – As trocas comerciais entre o Brasil e os 22 países da Liga Árabe cresceram 28,3%, em 2005, com a soma de US$ 10,5 bilhões em exportações e importações. Esse volume superou "as nossas expectativas, que apontavam para um aumento em torno de 13%", informou o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antonio Sarkis, ao fazer um balanço do fluxo comercial do Brasil com esses países.

Além de manter o interesse por itens tradicionais como os do agronegócio, os árabes passaram a consumir mais manufaturados brasileiros e, agora, estão atentos à engenharia civil brasileira e também aos produtos destinados à construção civil.

Sarkis prevê um incremento de 20% no fluxo comercial de 2006, menor do que o alcançado em 2005. Mas observou que, novamente, pode ocorrer um resultado que surpreenda o setor. Segundo ele, esse mercado importou do Brasil, no ano passado, US$ 5,2 bilhões, 29% acima de 2004. Foram mantidas em alta as compras tradicionais na área do agronegócios (66% das vendas brasileiras são desse segmento, sendo 34% do açúcar e 23% da carne bovina). A novidade, segundo ele, é interesse por manufaturados brasileiros, como auto-peças, chassis e motor para montagem de ônibus.

Na avaliação de Sarkis, a relações comerciais ganharam impulso com as feiras e eventos, como a Cúpula América do Sul – Países Árabes, que reuniu chefes de Estado e chanceleres de 34 nações, em Brasília, e o Encontro Empresarial Brasil – Países Árabes, em São Paulo – ambos realizados em maio do ano passado.

A construção civil, segundo ele, deve ser uma outra área de grande "atratividade" em 2006. "Existem muitos projetos de infra-estrutura em andamento como construção de estradas e aeroportos, além de conjuntos habitacionais populares que deverão demandar interesse para empresas brasileiras que prestam serviços na área da construção civil e de materiais de construção", informou.

Entre os projetos, ele comentou que, em Dubai, Estado dos Emirados Árabes Unidos, existe a intenção de erguer 700 torres nos próximos cinco anos. E, na Argélia, há um plano de, nesse mesmo espaço de tempo, investir nesse setor algo em torno de US$ 55 bilhões. "Tudo vai depender de como estará oscilando a cotação do barril do petróleo do mercado internacional", ponderou.