João Felício fala sobre propostas de sindicalistas ao governo para aumento do mínimo

11/01/2006 - 10h33

Yara Aquino e Cristina Índio do Brasil
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - A determinação de um valor percentual para o reajuste anual do salário mínimo é uma das propostas que os dirigentes sindicais levarão hoje (11) ao ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Eles se reúnem para discutir, além do valor do mínimo de R$ 360, a atualização da tabela do Imposto de Renda em 10%.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, disse em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional AM, que o percentual seria acordado em um projeto de lei e constituiria uma política de valorização do salário ao longo dos anos.

Segundo Felício, em princípio as centrais queriam que o novo mínimo fosse R$ 400, mas o valor pedido agora é um consenso para abrir negociações com o governo. "O governo manteve a posição de R$ 321. Nós avaliamos que se chegássemos no meio do caminho, que seria R$ 360, seria um bom acordo, daria 14 % de aumento real, o que seria um fato inédito na história política do país", explicou.

A correção de 10% da tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) será outro assunto tratado no encontro. "Começamos as negociações em dezembro e está na hora de concluir esse processo que vai ser positivo para todos e também diminuir o impacto tributário na classe média", afirma o presidente da CUT.

Para o líder sindical a correção da tabela de imposto de renda deveria ser feita normalmente pelo governo a cada ano, conforme os índices de inflação. Apesar disso, ele considera que a atualização da tabela em 10% vai permitir isentar grande parcela do assalariado do pagamento do imposto.

"Como temos um passivo enorme do governo passado, que demorou muito a atualizar essa tabela, vamos continuar reivindicando não só a atualização de acordo com a inflação no atual governo e queremos a reposição do governo passado. Nós achamos que quem ganha R$ 1.200 não deveria pagar imposto porque é um salário muito baixo para descontar 15%", afirmou.

Os sindicalistas também vão apresentar ao ministro o pedido da criação de uma política de valorização do salário mínimo ao longo de anos. "Para que não fiquemos constantemente submetidos a esse debate estéril que ocorre todos os anos, sobre quanto que vai ser o salário mínimo". Felício disse que está confiante em um acordo com o governo.

Além e João Felício, representantes da Força Sindical, Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Social Democracia Sindical, Central Autônoma dos Trabalhadores e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil participarão da reunião com Marinho.