Delcídio e Izar negam acordo para evitar cassação de deputados

11/01/2006 - 19h54

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os presidentes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), e do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar (PTB-SP), negaram hoje (11) a existência de um acordo partidário para evitar a cassação de parlamentares.

Em entrevista concedida depois de encontro com Izar, Delcídio disse que nem ele, nem Izar têm conhecimento de qualquer acordo e que vão impedi-lo, "se houver", e denunciar à Nação. Segundo o senador, se isso não for feito, eles não terão como andar nas ruas, pois "o povo está cobrando dos parlamentares o cumprimento de suas obrigações".

Delcídio informou que vai entregar amanhã (12) ao Conselho de Ética documentos, "muitos deles sigilosos", que serão usados no rol de provas contra deputados que estão sob investigação. Ambos os parlamentares destacaram a "firmeza" com que a CPMI dos Correios e o Conselho de Ética vão concluir seus trabalhos.

Ao comentar o suposto acordo, o deputado Ricardo Izar ressaltou que o objetivo é "sempre evitar qualquer manobra capaz de adiar os processos, como a protelação de depoimentos". Segundo ele, mesmo que falte algum depoimento, dentro do prazo previsto, "o conselho vai concluir cada processo assim mesmo".

Izar informou que a fase probatória do processo contra o deputado Roberto Brant (PFL MG) já está concluída e até amanhã será encerrada a dos deputados Professor Luizinho (PT-SP) e Wanderval Santos (PL-SP).

"Na pior das hipóteses, vamos terminar e votar seis processos e, na melhor, de oito a nove. Depois do encerramento da fase de instrução probatória, não serão recebidas novas provas em favor dos acusados "e, a essa altura, eles já estarão notificiados", afirmou o deputado. Segundo ele, todas as decisões do Conselho de Ética serão tomadas no plenário.