Análise de documentos de fundos de pensão mostra irregulares de dez corretoras, diz sub-relator

11/01/2006 - 18h43

Marcos Chagas
Repórter Agência Brasil

Brasília – O levantamento em documentos sigilosos dos fundos de pensão, feito pelos auditores independentes contratados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, mostra discrepância em aplicações feitas por dez corretoras. A afirmação é do sub-relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).

Essas diferenças teriam se mostrado nas aplicações – feitas pelas corretoras – dos recursos de fundos de pensão e quando elas operavam normalmente no mercado, sem esses recursos.

Segundo ele, 74% das operações feitas com recursos dos fundos de pensão geravam perdas para os respectivos fundos, enquanto nos outros casos elas aconteciam em 46% das operações.

Por causa de uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o parlamentar não pode tornar público os valores dos prejuízos aos fundos de pensão que teriam sido causados nessas transações no mercado. Ele também não pode dizer quais fundos e corretoras estão envolvidas.

O mais grave no levantamento feito até agora pelos auditores, segundo ACM Neto, é que transações financeiras realizadas pelas mesmas corretoras no mercado com outros títulos apresentaram perdas de 46%. Ele disse, ainda, que as corretoras envolvidas nessas negociações com os fundos de pensão "são as mesmas que estão sob investigação [da CPMI]".

Os dados apresentados pelo parlamentar mostram também que, quando os resultados das operações com títulos dos fundos de pensão são negativos, eles se concentram em dez operadoras. E no caso de resultados positivos, as operações foram feitas por 36 operadoras.