Ação contra gripe do frango em aeroportos se assemelha à usada contra pneumonia asiática, diz médico

11/01/2006 - 13h51

Norma Nery
Repórter da Agência Brasil

Rio – O integrante da Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial (SBMA), Paulo Magalhães, informou hoje (11) que as técnicas para barrar a entrada da influenza aviária, também conhecida como gripe do frango, nos aeroportos são: controle de saídas de enfermos, rastreamento de casos, sistema de avisos adequados em casos de suspeitos de contaminação a bordo, análise criteriosa do caso durante o período do vôo e tratamento adequado na chegada.

A metodologia, acrescentou, se assemelha à adotada há três anos na Ásia, durante o período da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), a chamada pneumonia atípica ou asiática. Segundo ele, todas as medidas vão exigir treinamento de pessoal e campanhas educativas para que as pessoas se protejam sem entrar em pânico.

Ele integra o Comitê Médico da Associação Internacional de Transporte Aéreo, entidade que tem um plano de contingência para o caso de ocorrer uma disseminação mundial da doença (pandemia), com a transmissão entre humanos, o que ainda não ocorreu em nenhum país onde houve registro da doença. No Brasil, não há nenhum registro de casos de gripe do frango, bem como não houve de pneumonia asiática.

Magalhães participou hoje da Jornada Impacto da Influenza sobre a Aviação Comercial, que reuniu representantes da aviação comercial brasileira para discutir a criação de barreiras que impeçam a entrada da doença no país e as implicações que uma pandemia poderia causar para o setor. Os participantes analisaram o quanto a aviação poderia contribuir para uma possível pandemia, considerando que o avião é uma espécie de hospedeiro intermediário, que pode transportar pessoas contaminadas pelo vírus.

Na avaliação dele, as medidas devem preservar ao máximo a atividade, mas sem correr riscos desnecessários que pudessem ameaçar à população. "As atividades reguladoras têm que entender o problema econômico, ao mesmo tempo, as empresas têm que entender o risco real da população", avaliou.

Ele citou como exemplo o que aconteceu na Ásia durante a epidemia de SARS, quando todos os os vôos de companhias aéreas asiáticas foram cancelados, apesar de a organização Mundial da Saúde (OMS) não ter recomendado essa medida. "Isso foi suficiente para ter um impacto negativo nas empresas maior do que o 11 de setembro", disse.