Vale e Petrobras vão estudar oportunidades de negócios com gás natural em Moçambique

10/01/2006 - 17h27

Rio, 10/1/2006 (Agência Brasil - ABr) - Os presidentes da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, e da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, assinaram hoje (10) memorando de entendimento para realização de um estudo destinado a identificar oportunidades de negócios com gás natural em Moçambique, nas áreas de exploração, produção e transporte, além de geração de energia. Segundo Agnelli, Moçambique tem recursos naturais inexplorados e potencial de gás que poderá resultar em negócios conjuntos com a Petrobras e outras empresas. A Vale já está presente no país, onde desenvolve um projeto de mina de carvão em Moatize.

Agnelli ressaltou que a Vale, com atuação na área de mineração, tem foco na geração hídrica, e necessita de energia para verticalizar a produção, isto é, para processar os minérios, seja através de energia elétrica, carvão ou gás. Ele explicou que, como a Petrobras tem feito novas descobertas nessas áreas para desenvolver o potencial do Brasil, a Vale resolveu convidá-la para descobrir oportunidades fora do país. "E Moçambique é uma dessas possibilidades", afirmou.

"Isso dá à Vale a possibilidade, no futuro, se esse potencial for confirmado e se for bem sucedida na empreitada, de atrair novos investimentos para Moçambique onde, a Vale poderá também ser parceira, na área de siderurgia, pelotização e processamento de minérios", acrescentou.

Ele destacou que a parceria é entre as duas maiores empresas do Brasil (pública e privada), em um esforço conjunto além das fronteiras do Brasil, em um país onde se fala português. "Um país que tem um potencial ainda inexplorado e que, em várias áreas, inclusive na social, enfrenta os mesmos desafios que nós enfrentamos, ou seja, a necessidade de gerar desenvolvimento para combater e minimizar a pobreza", disse Agnelli. Para ele, a parceria com a Petrobras vai acelerar o processo de internacionalização das duas companhias e abrir novas oportunidades para o empresariado nacional fora do Brasil.

Gabrielli destacou a importância da parceria para a Petrobras, porque abre possibilidade de novos desdobramentos em outras áreas de complementaridade de investimentos. "Na verdade, estamos tentando montar o modelo para Moçambique, que vai envolver um potencial usuário do gás com um potencial produtor de gás e um país que deve ser beneficiado por esse investimento, grande, que poderá ser realizado", explicou.

O presidente da Petrobras ressaltou que a parceria firmada com a Vale tem tudo a ver com os interesses estratégicos das companhias e também do governo moçambicano. Com atividades exploratórias na Tanzânia, na África, a Petrobras considera boa a oportunidade de atuar em Moçambique, "ampliando assim a presença numa área que é, reconhecidamente, potencial produtora de gás natural no mundo".

Para o encarregado de negócios da Embaixada de Moçambique, Agostinho Timana, o governo de seu país está vendo com muita satisfação a parceria entre as duas empresas brasileiras. "Esse acontecimento vem materializar o que foi sempre a nossa expectativa, de que a Companhia Vale do Rio Doce sirva de plataforma para atração de novos investimentos para Moçambique. E é o que está a acontecer", afirmou.

Timana informou que Moçambique já explora gás em dois campos cujas concessionárias são empresas sul-africanas que estão fazendo um gasoduto de 900 quilômetros para transporte de gás para o sul da África. Segundo Timana, a Petrobras e a Vale, trabalhando juntas, vão investigar a partir de agora o potencial de gás existente na região. "Com base na exploração, presume-se que poderá ser descoberto petróleo", disse Timana.