Sindicalistas devem apresentar amanhã proposta de reajuste do mínimo para R$ 360

10/01/2006 - 14h31

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, deve receber amanhã (11), em Brasília, dos principais dirigentes sindicais do país, a proposta de aumento do salário mínimo dos atuais R$ 300 para R$ 360. O piso é um valor intermediário entre o que vinha sendo defendido pelas centrais sindicais, R$ 400, e o previsto na proposta orçamentária para este ano, R$ 321.

O valor foi estipulado durante reunião ocorrida hoje (10) na sede da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), em São Paulo, que contou com a presença de dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Social Democracia Sindical (SDS), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT). No encontro também houve consenso sobre o encaminhamento do pedido para a correção em 10% da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF).

Segundo o presidente da CUT, João Felício, os sindicalistas não pretendem considerar outra proposta que não a do novo mínimo de R$ 360. "Não vamos abrir mão desse teto nem que haja uma contraproposta de baixar para R$ 359", afirmou. Se o valor for aceito, acrescentou o sindicalista, o Brasil terá o maior reajuste das últimas décadas, em torno de 14% de aumento real do salário mínimo. Ele observou também que, somando aos 7% de aumento real em 2005, o reajuste resultaria em uma correção do mínimo de 22%.

Pelos cálculos de Felício, o impacto sobre a folha previdenciária será em torno de R$ 1,6 bilhão, montante que pode ser obtido por meio de redução da meta do superávit primário (economia que o governo faz para pagamento de dívida).

Na avaliação do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, conhecido como Paulinho, a decisão de recuar dos R$ 400 para os R$ 360 mostrou que os sindicalistas "estão dispostos a colaborar para evitar o desgaste com discussões em torno de várias propostas, pelo fato de congressistas, governo e trabalhadores apresentarem cada um uma versão diferente". Assim como o presidente da CUT, Paulinho diz que o valor é "inegociável". "Não vamos mudar uma vírgula", reiterou.

De acordo com o sindicalista, o consenso em torno do novo mínimo surgiu de uma idéia que vinha sendo amadurecida nos últimos meses e, por isso, o acordo foi fechado de forma tranqüila e rápida, em "uma reunião de pouco mais de dez minutos".