Presidente do Coaf nega irregularidades na fiscalização das contas de Marcos Valério

10/01/2006 - 14h07

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antonio Gustavo Rodrigues, disse que recebeu uma comunicação do Ministério Público em 2003 sobre os saques realizados em espécie pela empresa de publicidade SMP&B, ligada a Marcos Valério, mas não foi feita investigação porque não havia indícios de irregularidades.

"O Coaf recebeu as informações de movimentações de saques em espécie. Entretanto, não tinha nenhum outro elemento que pudesse classificar aquilo como uma movimentação de fundado indício de ilícito", afirmou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios.

Rodrigues disse que a informação era "solta". "Nós não produzimos provas, produzimos dicas. Vai caber a autoridade, policial ou Ministério Público, os procedimentos de investigação", informou. O presidente do Coaf afirmou ainda que se pela movimentação financeira, quando não há outros elementos que circunstanciem a operação, é "praticamente impossível" identificar tudo.

"No caso, até fizemos uma comunicação em outubro de 2003. Mas podíamos não ter feito. Movimentação que registramos são aquelas em espécie, que não são as suspeitas. Em espécie não tem elemento de alerta", explicou.

Rodrigues foi convidado pela sub-relatoria de Normas de Combate a Corrupção da CPI dos Correios. A sub-relatoria foi criada no mês passado com o objetivo de propor medidas de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.