Petrobras deve concluir até março estudo sobre local de nova unidade petroquímica no Rio

09/01/2006 - 19h13

Rio, 9/1/2006 (Agência Brasil - ABr) - Até março, a Petrobras deverá concluir as avaliações técnico-econômicas que apontarão qual o melhor lugar no Estado do Rio de Janeiro para construção da nova Unidade Básica Petroquímica (UBP), que irá processar 150 mil barris diários de petróleo pesado. A informação foi dada hoje, no Rio, pelo diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.

Segundo ele, terão também implicação para a tomada de decisão da empresa os impactos sociais do empreendimento. São candidatos a instalar a unidade os municípios de Itaguaí e Campos, este em duas localidades: Guriri e Travessão, no rio Paraíba do Sul.

Paulo Roberto disse que, como devido à "polarização" existente em torno do tema, a Petrobras não considera adequado tomar uma decisão num "momento de calor político". Ele explicou que a a unidade "é alguma coisa como três unidades que o Rio de Janeiro esperava ter. É algo excepcional para a economia fluminense. Então, deveria ter uma união entre as classes empresarial e política do Rio de Janeiro para que o mais rápido possível o projeto fosse iniciado".

O cronograma da Petrobras prevê o início das obras em 2007, para entrada em funcionamento em 2011. Paulo Roberto admitiu que um atraso nas obras poderá significar carência de matéria-prima, o que levará a indústria nacional petroquímica a ter que importar, "o que não é bom para a balança comercial".

A UBP usará petróleo pesado da bacia de Campos e fornecer eteno e propeno (matérias-primas para a produção de polietileno e polipropileno, produtos usados na área petroquímica). "Será uma nova fonte de suprimento para a indústria petroquímica, contribuindo para seu desenvolvimento", disse Paulo Roberto. Ele destacou também os empregos que o projeto poderá gerar para o estado. "Minha visão é que quanto antes a tomada de decisão seja feita, isso vai representar ganhos não só para a Petrobras, mas para o Brasil", afirmou.

O investimento nas três etapas do projeto chega a US$ 9 bilhões. A Petrobras participará com mais de 50% da grande unidade (primeira geração) em sociedade com o grupo Ultra e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e deverá ser a operadora. Paulo Roberto informou que a empresa terá participação também nas fábricas de segunda geração, embora de forma minoritária, "mas ativa na gestão e com voto qualificado nas decisões principais". Na terceira geração, referente à indústria de transformação, não há intenção de participação da Petrobras.

Paulo Roberto Costa destacou que a empresa não tem intenção de construir a nova unidade fora do Rio de Janeiro. Segundo ele, para avançar, o projeto terá que atender a pré-requisitos ambientais.