Perspectivas de financiamento animam setor de tecnologia da informação

09/01/2006 - 5h56

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - O setor de Tecnologia da Informação, que reúne cerca de 70 mil empresas de micro, pequeno e médio portes em todo o país, das quais 8 mil no Rio de Janeiro, está otimista diante das perspectivas de financiamento em 2006. A análise foi feita para a Agência Brasil pelo presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação, Software e Internet do Rio de Janeiro (Assespro/RJ), John Forman.

Ele disse que a expectativa é de que a nova legislação para micro, pequenas e médias empresas seja votada pelo Congresso ainda no primeiro trimestre do ano. "O setor está animado ante a perspectiva da redução da carga tributária e de enquadrar-se no regime chamado Super Simples". O Super Simples é um projeto do governo federal que pretende beneficiar os pequenos negócios, oferecendo um regime tributário, previdenciário e trabalhista simplificado.

Forman lembrou que 2006 é um ano de eleições no qual também os projetos da área de tecnologia da informação deverão ser beneficiados com mais recursos governamentais. Ele considerou 2005 um ano positivo para as empresas fluminenses do setor e revelou que 22 delas receberão financiamento não-reembolsável de órgãos governamentais como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia, e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (Faperj), além do Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae). A estimativa é de que essas empresas tenham acesso a cerca de R$ 8 milhões para a realização de projetos em diferentes áreas, envolvendo Tecnologia da Informação.

Forman revelou que, para 2006, a expectativa é de que o governo estaria reservando para esses editais um volume de recursos maior do que teve em 2005. Segundo o coordenador de projetos da entidade, José Afonso Oliveira Júnior, "as perspectivas para 2006 são bastante promissoras. Especula-se que o valor a ser liberado para este ano pela Finep para financiamentos não reembolsáveis esteja entre R$ 700 milhões e um bilhão de reais. A razão desta grande diferença é a possibilidade de contingenciamento de parte da verba pelo governo. De qualquer maneira, será um aumento extremamente significativo comparando-se com 2005, cujo valor total estima-se em R$ 400 milhões".

John Forman observou que a publicação, no Diário Oficial desta semana, de decreto estadual que regulamenta o Programa de Fomento ao Desenvolvimento Tecnológico do Estado do Rio de Janeiro (Riotecnologia) vai permitir que as empresas que recolham o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no estado e estejam expandindo suas instalações transfiram parte do imposto que pagariam, canalizando esses recursos para projetos de inovação e tecnologia. "É um instrumento novo e a gente já está estudando o decreto e pretende correr atrás para fazer valer essa nova possibilidade que surgiu", afirmou Forman.