Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Além do plano emergencial para recuperar quase 26,4 mil quilômetros de rodovias federais e estaduais que se encontram em condições precárias de tráfego, o governo federal quer investir na restauração desse trecho de forma definitiva. Para tanto, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, informou hoje (9) que, até o final deste ano, o governo deve empenhar cerca de R$ 10 bilhões.
De acordo com o ministro, a verba não é suficiente para colocar esses trechos de rodovias em perfeita trafegabilidade, mas suficiente para recuperar pelo menos parte deles.
Para empenhar os recursos que deverão deixar parte dos 27 mil quilômetros de rodovias em perfeito estado e de forma permanente, o governo vai elaborar projetos e realizar licitação. No caso das estradas estaduais, os projetos só serão pensados após a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os governadores, que deverá ser realizada ainda neste mês, informou o ministro
As obras emergenciais começaram hoje em rodovias que cortam 25 estados brasileiros. Em 19 mil quilômetros a serem recuperados não será preciso licitação, porque o governo federal vai aproveitar contratos firmados anteriormente. Nos outros 7,4 mil quilômetros, foi decretado estado de emergência, o que dispensa processos licitatórios. O governo vai gastar R$ 440 milhões nesse trecho para fazer trabalhos de remendos, tapa-buraco, recapeamento e recuperação de pontes.
A orientação do Ministério dos Transportes é trabalhar para que os serviços da operação
tapa-buracos sejam concluídos em 90 dias e as intervenções mais complexas, em seis meses.
O ministro dos Transportes acompanhou de perto o início da operação tapa-buracos em rodovias que dão acesso a Brasília. Ao lado de técnicos do ministério, Nascimento esteve nesta tarde em três trechos que serão recuperados: Km 7 da BR 040 (Brasília-Belo Horizonte), Km 4 da BR 060 (de Brasília a Mato Grosso do Sul, passando por Goiânia) e Km 4 da BR 070 (de Brasília à fronteira com Bolívia). Nas áreas visitadas pelo ministro, as condições de trafegabilidade das rodovias, em geral, estavam péssimas, sobretudo na BR 060, sentido Goiânia.
Ao ser indagado, em entrevista, sobre o motivo de começar as obras em ano eleitoral, o ministro reafirmou que o projeto não é eleitoreiro e que o governo está empenhado em deixar as estradas brasileiras em melhores condições de trafegabilidade. "Em ano eleitoral, a gente também trabalha. Se não fizermos essas intervenções agora, elas vão aumentar o preço quando fizermos a obra de forma definitiva. Não dá mais esperar", disse.
Alfredo Nascimento mostrou que, desde 2004, o governo Lula vem investindo na recuperação de rodovias: "Investimos em 2005 R$ 2,3 bilhões na recuperação de rodovias, enquanto a média dos governos anteriores era de pouco mais de R$ 500 milhões", afirmou.
