Haiti não conseguirá apoio econômico internacional sem estabilidade política, diz professor

09/01/2006 - 14h19

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio - O professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, Oswaldo Déon, disse, em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, que será muito difícil para o Haiti obter apoio econômico internacional sem a estabilização política. O país é o mais pobre das América e vive uma crise política e social após a queda do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, em fevereiro de 2004.

"É muito importante que o país tenha as suas forças políticas contidas e que entenda que o uso da lei e de mecanismos democráticos é o mais indicado para que os recursos internacionais voltem a circular no Haiti também", disse ao citar os recursos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), do Banco Mundial (Bird) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Para o professor, a situação no Haiti se agravou após a queda de Aristide. Depois disso, segundo ele, as Nações Unidas se mobilizaram e o Brasil assumiu um certo destaque no que diz respeito à missão de paz que foi estabelecida. "O Brasil mandou vários soldados e uma certa infra-estrutura também. O general Urano Bacellar era o segundo comandante brasileiro na operação de paz e infelizmente veio a falecer", explicou.

O envio das primeiras tropas brasileiras para o Haiti, aconteceu em junho de 2004. "Há um governo provisório com algum tipo de monitoramento por parte da comunidade internacional, mas as instituições não funcionam plenamente no Haiti no momento", explica. Depois de quatro adiamentos, o país marcou para 7 de fevereiro a realização das eleições. A Organização das Nações Unidas, a Organização dos Estados Americanos e o governo provisório organizam o pleito.