Conselho de Ética ouve testemunha de defesa no processo contra o deputado Pedro Corrêa

09/01/2006 - 12h25

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara volta aos trabalhos a partir de hoje (9). O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), disse que vai se encontrar à tarde com o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), e com os relatores dos 11 processos disciplinares que serão apreciados. Ele afirmou que não sabe da existência de um "acordão" para evitar futuras cassações no plenário da Câmara. "Não estou vendo. Se houver, vamos denunciar".

Ainda esta tarde, os parlamentares do conselho vão ouvir o advogado Paulo Goyaz, testemunha de defesa no processo contra o deputado Pedro Corrêa (PP-PE). Em depoimento ao Conselho de Ética, Corrêa admitiu saques no valor de R$ 600 mil, feitos pelo chefe de gabinete da liderança do PP, João Cláudio Genu, na agência do Banco Rural em Brasília, além do recebimento de R$ 100 mil, em espécie, pagos pela diretora-financeira da SMPB, Simone Vasconcelos. Segundo ele, qualquer outro saque feito por Genu não teve autorização ou conhecimento do partido. Corrêa disse que o dinheiro foi utilizado para pagar parte dos honorários do advogado Paulo Goyaz, que defende o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em 36 processos judiciais no Acre, movidos pelo PT.

Amanhã (10), o conselho deve ouvir o ex-ministro Nilmário Miranda e o bispo Lélis Lara, testemunhas do processo contra o deputado João Magno (PT-MG). Em depoimento no conselho, Magno admitiu que recebeu R$ 426 mil do PT por meio das agências de publicidade de Marcos Valério. A quantia, segundo o parlamentar, foi usada para pagar despesas de campanha, mas não foi declarada à Justiça Eleitoral no prazo estipulado. Na quarta-feira (11), será ouvido o deputado Mário Negromonte (PP-BA), testemunha do processo contra Corrêa.

Izar disse que espera concluir todos os processos até o final de março, sem contar o tempo de julgamento de recursos.

Com informações da Agência Câmara.