Ampliação de refinaria no Rio Grande do Sul evitará importação maior de derivados, diz Petrobras

09/01/2006 - 20h30

Rio, 9/1/2006 (Agência Brasil - ABr) - A ampliação da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, prevista para o primeiro semestre deste ano, impedirá que a Petrobras tenha que aumentar a importação de derivados frente a uma possível elevação do consumo. A afirmação foi feita hoje pelo diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.

A previsão é que a Refap tenha aumentada sua capacidade de destilação dos atuais 20 mil metros cúbicos/dia para 30 mil metros cúbicos diários, o que representa um aumento de 63 mil barris/dia de capacidade de processamento. "Vamos entrar com capacidade de destilação maior, com uma unidade de coque nova também na refinaria do Rio Grande do Sul e estamos já com uma unidade de tratamento de diesel, produzindo diesel 500", informou Costa.

O executivo disse que essas unidades permitirão à Petrobras mudar a carga nessa refinaria, que recebe hoje entre 20% a 30% de petróleo pesado e entre 70% a 80% de petróleo leve. "Com a entrada da nova unidade de coque [produto sólido obtido a partir de resíduos pesados], no primeiro semestre, nós vamos ficar com 70% a 80% de petróleo pesado e entre 20% a 30% de petróleo leve", explicou. "Isso significa que o percentual de petróleo brasileiro vai crescer bastante em 2006 na carga processada e vai refletir também nas quantidades de exportação e importação."

No médio e longo prazos, Paulo Roberto Costa lembrou que se somará o processamento previsto de 200 mil barris/dia de petróleo pesado na refinaria que será construída pela empresa no Nordeste, em sociedade com a estatal venezuelana (PDVSA), visando a entrada em funcionamento em 2011-2012. Essa carga será dividida meio a meio entre as duas empresas, o que significará, no caso do Brasil, a alocação de mais 100 mil barris/dia de petróleo pesado. Segundo Costa, deverá ser usado petróleo brasileiro, oriundo do Campo de Marlim, na Bacia de Campos, nessa refinaria.

A esses projetos se soma a Unidade Básica Petroquímica (UBP), a ser construída no estado do Rio de Janeiro, para entrada em operação em 2011. No primeiro trimestre deste ano, deverão ser concluídos os estudos de localização da UBP. A unidades deverá acrescentar 150 mil barris diários de petróleo pesado ao consumo interno. Os planos da Petrobras para 2006 incluem também a construção até o final do ano de uma nova unidade de coque na refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Estado do Rio de Janeiro.

A idéia, segundo expôs Costa, é a cada ano, até 2010, a Petrobras ter uma nova unidade de conversão nas refinarias existentes para aumentar a capacidade de processar petróleo pesado.