Eleições no Haiti já foram adiadas quatro vezes desde queda do presidente Aristide

07/01/2006 - 16h19

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Um dos objetivos da Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas (Minustah) no Haiti é garantir condições para a realização de eleições naquele país. O pleito para eleição do presidente e dos integrantes do poder legislativo deveria ser realizado este mês, mas foi adiado pela quarta vez. A nova data deveria ter sido anunciada esta semana. A última eleição no Haiti aconteceu em 1996, em que escolhido Jean Bastid Aristide, deposto em 2004.

O Conselho Eleitoral Provisório (CEP) do Haiti, – responsável pela organização do pleito naquele país – justificou o último adiamento alegando atraso na distribuição dos títulos eleitorais, na definição dos locais de votação e no treinamento de quem trabalhará nas seções eleitorais.

Ontem (6), a Comunidade Sul-americana de Nações (Casa) divulgou declaração pedindo a imediata fixação de uma nova data para as eleições no Haiti. "A Comunidade Sul-americana de Nações considera essencial que o Governo de Transição e o Conselho Eleitoral Provisório fixem, no mais breve prazo possível, uma data para a realização daquele pleito", diz a nota conjunta. Os países sul-americanos destacam que o esforço da comunidade internacional para o fortalecimento da segurança, a revitalização das instituições e o desenvolvimento do Haiti "apenas terá sentido se direcionado para o processo de normalização do país, no qual é fundamental a pronta realização de eleições livres, transparentes e amplas".

Cerca de 3,5 milhões de haitianos cadastraram-se para participar da votação, embora o voto não seja obrigatório naquele país. O país tem em torno de 8 milhões de habitantes, dos quais 4,5 milhões podem votar.