Brasília – "Um espaço aberto de encontro para o aprofundamento da reflexão, voltado para o debate democrático de idéias e a formulação de propostas" para superar o processo de empobrecimento gerado pela globalização. Assim o Fórum Social Mundial (FSM) é definido no documento que sintetiza os seus propósitos, chamado de Carta de Princípios.
O evento é realizado anualmente, desde 2001, sempre em janeiro, na mesma data em que na Suíça ocorre o Fórum Econômico Mundial de Davos. Por isso, nos primeiros anos, ele ficou conhecido como anti-Davos.
O Fórum Social Mundial é resultado da articulação de organizações da sociedade civil e movimentos sociais de todo o planeta. Quatro de suas cinco primeiras edições ocorream no Brasil, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Em 2004, o encontro foi realizado em Mumbai, na Índia.
Este ano, ele será diferente. Ocorrerá em três continentes: África, América e Ásia. O capítulo africano será em Bamako, capital do Mali, entre os dias 19 e 23 de janeiro. Na seqüência, segue viagem para a etapa americana, em Caracas, capital da Venezuela. Começa no dia 24 e se encerra em 29 de janeiro.
Já o evento asiático, que deveria ocorrer em Karachi, no Paquistão, foi adiado e a nova data de sua realização não foi anunciada.
Segundo a organização do fórum, a descentralização do encontro atende a uma estratégia de "mundialização", que pretende tornar o processo mais "participativo, democrático e horizontal". No ano que vem, O FSM volta a ser realizado novamente em um único país. Provavelmente em Nairobi, capital do Quênia.
O FSM, no entanto, não é simplesmente uma reunião de pessoas, durante alguns dias do ano, para discutir alternativas de desenvolvimento para o planeta. De acordo com definições públicas de seus organizadores, ele é um processo e gera conseqüências. Depois do primeiro FSM, surgiram fóruns regionais, temáticos, atividades e oficinas em dezenas de cidades do mundo.
Além disso, do Fórum nasceram propostas de campanhas mundiais – como contra a invasão do Iraque pelos Estados Unidos –, assim como protestos e outras iniciativas. Segundo sua própria Carta de Princípios, é "um processo permanente de busca e construção de alternativas, que não se reduz aos eventos em que se apóie".
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