Negociação com BMG demorou acima da média e foi lucrativa, afirma Caixa

06/01/2006 - 19h04

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Caixa Econômica Federal levou 30 dias para fechar um contrato com o banco privado BMG, quando a média de prazo para as instituições privadas fecharem este tipo de negócio é de uma semana. A comparação foi feita hoje (6), pelo vice-presidente de Finanças da Caixa, Fernando Nogueira, para contestar avaliação preliminar do Tribunal de Contas da União (TCU) de que o negócio teria sido fechado rápido demais.

"Qual foi o padrão adotado pelo técnico do TCU para dizer que houve pressa incomum ao fechar o contrato?", indagou Nogueira,. Ele exemplificou, baseado em documento enviado à Caixa pelo BMG, que o Itaú fechou com o banco mineiro, processo semelhante, em apenas seis dias.

A Caixa comprou BMG, por R$ 1,1 bilhão, uma carteira de crédito consignado (empréstimo pessoal com desconto em folha de pagamento). Segundo o vice-presidente do banco, foi uma operação de mercado "absolutamente legal e lucrativa".

Em coletiva à imprensa hoje (6), Nogueira disse que a lucratividade da operação com o BMG está acima da média do mercado, devendo chegar ao final da operação a um faturamento de R$ 905 milhões. Atualmente, a Caixa é a maior operadora do país no mercado de crédito consignado, tendo uma carteira de R$ 3 bilhões.

Nogueira reiterou que a compra da carteira de créditos consignados do banco mineiro seguiu todos os trâmites e normas internas. Segundo ele, o BMG atendia às necessidades da Caixa. "O BMG aceitou a conta-garantia de 5% do valor da operação, mais a coobrigação (reposição), mais o aval dos sócios e a centralização do repasse dos sócios do INSS na Caixa". E informou que esta não foi a única operação deste tipo feita pela instituição. Ele disse que a Caixa também comprou parte da carteira do Banco Mercantil do Brasil, mas não quis divulgar qualquer informação sobre a operação feita com aquela instituição, por motivos legais.