Movimento Passe Livre faz manifestação contra aumento de tarifa de ônibus

06/01/2006 - 19h56

Danielle Coimbra
Da Agência Brasil

Brasília – Cerca de 200 estudantes fizeram hoje (6) uma manifestação na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, contra o aumento das passagens de transporte público no Distrito Federal, ocorrido no último dia 1º. Munidos de latas e faixas, os estudantes chamaram a atenção de quem passava pela rodoviária com gritos de guerra. O movimento também reivindicou a efetivação do passe livre.

A estudante Maria Paiva Lins, militante do Movimento Passe Livre (MPL), afirmou que os estudantes irão continuar com as manifestações até conseguirem uma resposta efetiva. "Esperamos que o governo e os empresários voltem atrás, porque a única justificativa que eles usaram foi a manutenção da margem de lucros e o financiamento da campanha eleitoral", diz. O MPL defende a criação de um passe gratuito para estudantes. "Queremos o passe livre amplo e irrestrito para o pleno acesso à educação e cultura, em todos os âmbitos da sociedade", defende.

O reajuste também é considerado abusivo por Vidal Guerra, presidente da Associação dos Usuários de Coletivos e Alternativos do Distrito Federal (Autrac). "A tarifa praticada em Brasília é a mais cara do país. Eu acredito na sensibilidade do governo e dos empresários e creio que os juízes irão julgar de acordo com a vontade do povo", disse.

Já o estudante Alan Santa Cruz, que participou do movimento, afirmou que o governo aproveitou o período de férias escolares para aumentar os valores. "Não podem abusar de nós dessa forma porque precisamos dos ônibus. É difícil morar numa cidade feita especialmente para carros, como Brasília", declarou o estudante.

No dia primeiro de janeiro o governo reajustou as passagens do DF em 21,5%, atendendo às operadoras do serviço de transporte público e ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setransp). Os valores foram os seguintes: de R$ 2,50 para R$ 3, de R$ 1,60 para R$ 2, de R$ 1,20 para R$ 1,50 e a passagem do metrô, que antes era R$ 1,50, passou para R$ 2.