Reforma agrária é política econômica, defende Dulci

05/01/2006 - 12h33

Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Para o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, a reforma agrária no Brasil não é apenas uma política social, mas uma política econômica do país. "É preciso dar sentido econômico às propriedades para que as famílias possam produzir, vender e viver de sua propriedade", afirmou Dulci, hoje (5), em entrevista coletiva transmitida ao vivo pelas emissoras de rádio da Radiobrás (Rádio Nacional AM de Brasília, Rádio Nacional AM do Rio de Janeiro e Rádio Nacional da Amazônia OC). A entrevista contou com a participação de jornalistas de seis emissoras parceiras.

"Cerca de 80% das famílias da reforma agrária dos governos anteriores viviam de cesta básica, não produziam nada, não plantavam nada, como se diz em Minas, nem um pé-de-couve", destacou Dulci. Segundo ele, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se preocupou em melhorar a qualidade dos assentamentos, o que acabou atrasando o processo de reforma agrária em 2003. "O presidente Lula falou no início do governo: antes de assentar novas famílias, vamos melhorar a qualidade dos assentamentos já existentes."

De acordo com o ministro, as melhorias nos assentamentos foram possíveis por meio de um plano inédito de valorização da agricultura familiar brasileira. "O máximo que tinha sido concedido de crédito, de financiamento para a agricultura familiar brasileira, no período anterior, eram R$ 2,3 bilhões. O presidente Lula já aumentou em 2003 e em 2004. Hoje temos R$ 9 bilhões, quer dizer, mais do que triplicou o volume de investimentos destinados à agricultura familiar", disse.

O ministro afirmou ainda que, atualmente, 70% das famílias assentadas pela reforma agrária estão assistidas tecnicamente. Segundo ele, esse índice era de 10%. "Acredito que vamos chegar ao final de 2006 recuperando o tempo perdido em 2003, cumprindo rigorosamente a meta de assentar 400 mil novas famílias. Agora, assentando com qualidade", concluiu.