Polícia inicia investigação de assassinato de líder seringueiro em Rondônia

05/01/2006 - 15h56

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus – A Polícia Civil de Rondônia começou a investigar ontem (4) o assassinato do líder seringueiro João Batista, presidente da Associação de Seringueiros do Vale do Anari (ASVA), morto no último dia 26. Na terça-feira (2), o delegado Lobo, titular da Delegacia de Machadinho D’Oeste – a mais próxima de Vale do Anari, onde ocorreu o crime – informou à Radiobrás que as investigações ainda não tinham começado porque a único carro da Polícia Civil no município estava quebrado.

"Mandamos uma viatura de Jaru para Vale do Anari, enquanto a de Machadinho D’Oeste não fica pronta. O delegado Lobo, acompanhado de um escrivão e de três agentes, está no local do crime. Também enviaremos uma equipe da Delegacia Especializada em Homicídios para lá", afirmou hoje (5), à Radiobrás , o secretário de Segurança Pública de Rondônia, Renato Eduardo de Souza.

Segundo ele, policiais retomarão também as investigações do assassinato do seringueiro Carlos Góes, que ocorreu há cerca de três meses na Reserva Extrativista Estadual Acariquara, a mesma onde Batista atuava. Góes foi morto a facadas e queimado, junto com sua casa – poucos dias antes, ele tinha se recusado a vender sua terra, de acordo com o vice-presidente da Organização dos Seringueiros de Rondônia (OSR), Geraldo Menezes.

A OSR suspeita também que o assassinato de Batista tenha sido encomendado por grileiros, ladrões de madeira ou garimpeiros que invadiram a reserva.

Outras duas lideranças extrativistas de Rondônia estão ameaçadas de morte: Antônio Teixeira, presidente da Associação de Moradores da Resex Rio Preto Jacundá (Asmorex) e Chico Leonel, presidente da organização não-governamental Bem-te-Vi, que atua na Resex Jaci Paraná.

"Eles devem nos procurar denunciando as ameaças e apontando suspeitos. A polícia está à disposição, nossa obrigação é protegê-los, mas não temos bola de cristal", ponderou Souza.