Chuvas já provocaram a morte de quatro pessoas no interior de São Paulo

04/01/2006 - 19h06

São Paulo, 4/1/2006 (Agência Brasil - ABr) - As chuvas que caem em São Paulo desde domingo (1) já provocaram a morte de quatro pessoas no interior do estado. Em Sorocaba, uma pessoa está desaparecida e, na capital, quase 500 casas foram invadidas pelas enchentes. Entretanto, apenas três famílias estão desabrigadas, segundo o balanço oficial da Defesa Civil Municipal. De ontem para hoje, muitas vias ficaram intransitáveis na capital, por causa da queda de árvores e de muros. Dez casas vieram abaixo.

O total de ocorrências, até as 7 horas da manhã de hoje, chegou a 51, das quais 14 eram casos de deslizamento de terra e 10 de desabamento de residências. Toda a região metropolitana está em estado de atenção e há sete subprefeituras em estado de alerta, ou seja, com equipes de prontidão para atendimento de emergência, já que envolvem áreas de encostas, de inundações ou de moradias erguidas em solos com riscos de desmoronamentos.

O Corpo de Bombeiros informou que recebeu um total de 49 chamados, dos quais dois referentes a desabamento de casas.

Em dois dias (segunda e terça-feiras), choveu na cidade de São Paulo o equivalente a mais da metade da média histórica do mês de janeiro, que é de 239 milímetros. Segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o mau tempo ocorre por causa de uma zona de convergência de massa de ar úmido e quente, que se estende do sul da Amazônia até a Região Sudeste. O fenômeno deixa muitas áreas chuvosas e, ao mesmo tempo, provoca seca no sul do país.

De acordo com o meteorologista Roberto Pereira, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Inpe, a instabilidade intercalada com períodos de melhoria deve prevalecer até sábado (7). Para domingo (8), a previsão é de volta do sol.

Balanço divulgado pela prefeitura de Várzea Paulista confirma a morte de duas pessoas no município. Uma mulher de 38 anos e a filha, de 13, morreram, na madrugada de ontem, durante um deslizamento de terra que arrastou o barraco onde viviam. Na mesma cidade, cinco pessoas ficaram feridas em quatro desabamentos de casas e precisaram ser hospitalizadas. Técnicos do Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), passaram o dia de ontem fazendo vistoria na região e declararam o município em estado de alerta. Há pelo menos 28 casas em áreas de risco.

No município de Francisco Morato, duas pessoas morreram em um desmoronamento de casa: uma jovem de 19 anos e sua filha, de sete meses. Segundo o presidente da Comissão de Defesa Civil de Francisco Morato, João de Oliveira, a região tem cerca de 5 mil moradias em áreas de risco, grande parte erguida em áreas ocupadas por famílias pobres. Nos últimos dois dias, 300 casas foram interditadas por questão de segurança. "Aqui é quase uma cidade dormitório, onde muitos têm acesso fácil à condução para ir trabalhar em São Paulo e moram aqui por viver em extrema pobreza", afirmou.