Integrantes da CPI dos Correios descartam possibilidade de relatório alternativo

03/01/2006 - 17h49

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A possibilidade de apresentação por um parlamentar governista de um substitutivo ao relatório final que será entregue até abril pelo relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), provocou, hoje (3), a manifestação do próprio relator e de parlamentares da base do governo e da oposição.

A informação veiculada na imprensa levou Serraglio a declarar que a CPMI passa por "um grande juri popular". Na sessão desta terça-feira, em que foram ouvidas pessoas ligadas à empresa Skymaster, o relator acrescentou que "não será o relatório que vai convencer ninguém, o convencimento está sendo paulatino. Daí essa surpresa da população quando se diz que não existem provas".

O sub-relator de Contratos, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), também repudiou a possibilidade de apresentação de um relatório alternativo. "Seria contra tudo que defendemos a vida inteira no Partido dos Trabalhadores", afirmou. Na opinião do deputado, a sociedade não toleraria qualquer espécie de acordo.

Cardozo destacou a necessidade de a sociedade permanecer atenta aos trabalhos da CPI e cobrar dos deputados e senadores resultados das investigações. "A sociedade não vai tolerar que façamos qualquer acordo para poupar quem quer que seja. É importante que a sociedade permaneça vigilante quanto ao trabalho dos parlamentares", afirmou.

Já o sub-relator de Movimentação Financeira, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), considerou "um absurdo" falar em relatório substitutivo antes de o relator apresentar as conclusões do seu trabalho. "Isso é a mesma coisa de se pedir a anulação de um jogo antes do fim da partida de futebol", comparou o sub-relator.

Gustavo Fruet cobrou "competência e firmeza" do relator e do presidente da CPMI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), para contornarem uma crise política que, a seu ver, pode se agravar com a aproximação da campanha eleitoral. "O presidente e o relator precisam conversar com todos os parlamentares da CPMI", afirmou o parlamentar.