Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A indústria automobilística iniciou o ano de 2006 comemorando os resultados de vendas ao mercado interno, em dezembro último, mês considerado excepcional pelo setor, com o licenciamento de 183,6 mil unidades. Esse volume é o melhor resultado já obtido pelas montadoras instaladas no Brasil,em um mês de dezembro, desde 1997, quando o movimento havia ficado acima de 189 mil unidades. Sobre dezembro de 2004, houve expansão de 3,2% e sobre novembro último, 16%.
"No quarto trimestre, o mercado interno voltou a mostrar força e isso fez com que tivéssemos o melhor desempenho dos últimos oito anos", observou Rogelio Golfarb, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em 2005, foram licenciados 1,72 milhão de veículos, 8,6% maior do que em 2004, quando a comercialização interna havia alcançado 1,57 milhão. Na avaliação de Rogelio Golfarb, o bom desempenho foi obtido graças ao momento favorável da economia brasileira. "Todos os sinais apontam para o crescimento econômico e esse resultado é uma combinação de fatores", justificou, citando entre eles a redução da taxa básica de juros, a Selic, da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, utilizada nos empréstimos sobre bens de capital), e da taxa de risco Brasil, além do controle inflacionário.
O executivo destacou a expressiva participação dos carros populares que representaram mais da metade das vendas, 57%, e a procura pelos veículos bicombustíveis, com 71%. Desde o lançamento, em março de 2003, já foram comercializados 1,2 milhão de veículos "flex", com motor capaz de funcionar com álcool ou gasolina. Rogelio Golfarb disse que a preocupação, agora, é sobre as exportações. Ao longo de 2005, o setor queixou-se de prejuízos no cumprimento dos contratos de vendas externas diante das oscilações em baixa da moeda norte-americana. Os resultados sobre a produção e vendas ao Exterior ainda não foram disponibilizados pela Anfavea.
