Ministério da Educação prevê que dobre o número de alunos nas universidades federais em cinco anos

02/01/2006 - 18h40

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O número de alunos nas universidades federais deve dobrar nos próximos cinco anos. Hoje, cerca de 128 mil alunos estudam nas 87 instituições federais do país. Com o Plano de Expansão do Ministério da Educação, 125 mil pessoas devem ingressar até 2010.

A meta é disponibilizar 30 mil novas matrículas ao ano na rede federal a partir de 2007. Em 2005, foram investidos R$ 191,5 milhões na expansão das universidades. Até 2007, serão investidos ao todo R$ 591,5 milhões.

O objetivo do Plano de Extensão prevê a criação de universidades no interior dos estados brasileiros para, assim, resolver dois problemas de uma só vez. Aumentar a demanda de vagas e fazer com que milhares de jovens não precisem deixar sua região rumo às grandes cidades para terem acesso à educação.

Para isso, o ministério está construindo quatro novas universidades federais – no interior de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia e Rio Grande do Sul –, e transformando cinco faculdades federais em universidades: no Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e três em Minas Gerais.

São elas: Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa-RN), Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri (UFVJM-MG), Triângulo Mineiro (UFTM-MG), Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG) e Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UFTPR).

Em 2002, o governo inaugurou duas novas universidades: a Federal Vale do São Francisco, entre Petrolinas (BA) e Juazeiro (PE) e a Federal de Tocantins. De acordo com o secretário de Educação Superior do ministério, Nelson Maculan, "todas as regiões brasileiras estão recebendo investimento".

Em 2005, por meio de concurso público, foram criadas 1,8 mil novas vagas para professores universitários e contratados 2,2 mil professores para reposição dos quadros. O objetivo é aumentar o número de cursos noturnos.

As novas instituições pretendem gerar inclusão social, crescimento econômico e desenvolvimento científico e tecnológico, além de contribuir para a diminuição das desigualdades regionais do país.

Hoje, o Ceará é o estado que menos recebe investimento do governo federal na educação superior. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro são os campeões em recursos federais.

Dos 24 milhões de brasileiros entre 18 e 24 anos, apenas 10,4% estão cursando o ensino superior. O governo espera chegar a 30% até 2010.

O ministro interino da Educação, Jairo Jorge, informa que o Chile possui mais de 20% dos jovens nas universidades, a Argentina 30%, Reino Unido 50%, Estados Unidos 70% e Coréia 86%. "O Brasil precisa crescer", diz. O Plano de Extensão faz parte do projeto da Reforma Universitária, que ainda não tem data para ser enviado ao Congresso Nacional.