Luz para Todos atende pouco mais de um terço das famílias previstas no Amazonas

02/01/2006 - 14h14

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus - No Amazonas, o programa Luz para Todos cumpriu 36%, pouco mais de um terço, da meta de atendimento até 2005. No estado, a energia elétrica chegou a 9 mil domicílios (4,2 mil deles na capital e o restante em 17 municípios do interior), quando a previsão inicial era de que 25 mil famílias fossem beneficiadas. "Nossa meta neste ano é atender 30 mil famílias. O ministério repassará à Companhia Energética do Amazonas [Ceam] e à Manaus Energia cerca de R$ 90 milhões", informou hoje (2) o representante do Ministério de Minas e Energia (MME) e coordenador estadual do programa Luz para Todos, Robson de Bastos.

Segundo ele, o não-cumprimento da meta se deve a fatores climáticos, como a seca severa de 2005, e a questões operacionais – falta de mão-de-obra qualificada e de planejamento. "Não são raros os casos de fornecedores que demoram oito meses para receber o pagamento", contou Bastos. "Isso, de certa forma, faz o programa cair em descrédito. O ministério só pode liberar a verba quando o serviço já está executado, mas ele demora a receber a notificação oficial de conclusão das obras."

Até agora, o MME repassou cerca de R$ 70 milhões à Ceam e à Manaus Energia. O recurso foi utilizado em obras de extensão da rede de distribuição de energia e na construção de pequenas usinas hidrelétricas, com capacidade de gerar até 800 quilowatts, energia suficiente para abastecer 2 mil famílias. "O consumo desses novos beneficiados inicialmente é pequeno, porque eles não possuem equipamentos eletroeletrônicos. Só quando a energia chegar é que eles podem começar a sonhar com eletrodomésticos", ponderou Bastos.

A meta do governo federal é de que até 2008 todos os brasileiros tenham acesso à energia elétrica. No Amazonas, o Luz para Todos foi planejado para atender 81 mil famílias. "Em 2003, usamos dados do IBGE, do Censo 2000. Mas um levantamento da Fundação Nacional de Saúde [Funasa] e do Sistema de Proteção da Amazônia [Sipam] mostrou que esse número é quase o dobro – cerca de 150 mil famílias", revelou Bastos. "Queremos até 2008 cumprir pelo menos a meta inicial. Essas famílias não-previstas significam que o programa deveria ser estendido por mais dois ou três anos."