Governo deve criar 67 mil vagas em cursos técnicos de nível médio e em cursos de tecnologia

01/01/2006 - 14h11

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo federal pretende criar 40 novas unidades de ensino na Rede Federal de Educação Tecnológica até 2007. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou na segunda-feira (26) uma linha de crédito de R$ 150 milhões para a expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, após reunião com o presidente. Já para o ano que vem, a previsão é que sejam construídas 26 unidades.

Com a expansão deverão ser abertas 67 mil novas vagas em cursos técnicos de nível médio e em cursos superiores de tecnologia. Do total de vagas, 30 mil deverão ser destinadas a Programa de Jovens e Adultos do Ministério da Educação (MEC) voltado a estudantes com mais de 17 anos que ainda não concluíram o ensino médio.

"A ênfase nessa modalidade de ensino guarda coerência com a opção preferencial de instalação de unidades em regiões economicamente mais carentes", afirmou o coordenador-geral de Supervisão da Rede Federal de Educação Tecnológica do MEC, Gleisson Cardoso Rubin.

Serão construídas três novas Escolas Técnicas Federais, cinco Escolas Agrotécnicas Federais e 32 Unidades de Ensino Descentralizadas. Os colégios serão construídos em três estados que não possuem ensino profissional. São eles: Acre, Amapá, Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal, municípios interioranos e periferia das grandes cidades. Novos postos de trabalho também serão criados, 5,138 mil, sendo 1,990 mil para professores.

O diretor do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Natal, professor Enilson Araújo Pereira, comemorou a ampliação no estado. A previsão é que sejam construídas três unidades no Rio Grande do Norte, duas em municípios do interior e uma na periferia da capital. Segundo ele, as novas escolas vão contribuir para o desenvolvimento econômico, industrial e científico da região.

O professor contou que os cursos são importantes para a população local. "A gente sente quando chega nos locais, nesses municípios, e a população ávida porque o ensino tecnológico traz possibilidades dessas pessoas galgarem um novo espaço. Então, a gente observa que a população como um todo tem realmente um anseio muito grande e é importante principalmente para o desenvolvimento regional", observou.

A procura pelos cursos técnicos e tecnológicos também é grande, como disse a diretora do Cefet de Ouro Preto, Maria da Glória Santos Laia. Segundo ela, o centro deixa de atender, por ano, três mil alunos. O plano de expansão prevê a construção de duas novas unidades em Minas Gerais – uma em Congonhas e outra em Varginha. "Na medida que podemos expandir o campus atendendo a outras cidades conseguimos cumprir essa tarefa social que a escola entende que tem que ser feita", disse.

Para a diretora, o curso técnico ou tecnológico traz vantagens. "Primeira vantagem que o aluno tem é que tendo uma profissão, e uma profissão contextualizada no nosso meio, ele com certeza terá uma oportunidade de trabalho, então isso não restringe a sua possibilidade de progressão, de continuidade dos estudos. Mas também permite que ele já tenha uma colocação profissional", contou ela.

Além disso, Maria da Glória destacou a importância social do Cefet. "Nós temos uma demanda aqui por jovens de uma faixa econômica que seria em torno de 60% com uma renda média de três salários mínimos nas famílias. A gente percebe uma contribuição da instituição na questão social."