Furlan apresenta resultado da balança comercial e metas para 2006

01/01/2006 - 17h06

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Todos os tipos de produtos da pauta de exportação brasileira contribuíram para que a meta de exportações para 2005, que era de US$ 117 bilhões, fosse superada. É o que se percebe ao examinar o desempenho das vendas externas de janeiro a novembro, os dados mais recentes publicados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), e anteriores ao resultado final da balança comercial brasileira. Os números dos doze meses de 2005 serão divulgados pelo ministro Luiz Fernando Furlan nesta segunda-feira (2), em São Paulo.

No acumulado de janeiro a novembro, as vendas de manufaturados, produtos básicos e semimanufaturados, para outros países, cresceram, respectivamente, 24,7%, 20,1% e 18,6%. No grupo de manufaturados, os produtos mais vendidos foram os aparelhos transmissores e receptores, fios e máquinas de ferro e aço, veículos de carga, tratores, óleos combustíveis, açúcar refinado, aparelhos para terraplanagem, carros de passeio, autopeças e laminados planos.

Já a elevação da receita nas exportações de produtos básicos foi motivada pelo aumento das vendas de petróleo, carne suína, minério de ferro, café em grão, carne de frango, carne bovina, minério de alumínio, fumo em folhas e algodão em bruto. Os semimanufaturados que mais contribuíram para o crescimento das vendas externas foram o açúcar em bruto, ferro fundido, ferro-ligas, semimanufaturados de ferro e aço, celulose, couros e peles, madeira serrada e alumínio em bruto.

Os principais compradores do Brasil, de janeiro a novembro, foram os Estados Unidos, para onde foram vendidos mais de US$ 20 bilhões, e Argentina, que comprou US$ 9 bilhões. Os três países que seguem, em ordem de valor, a lista de destino das exportações brasileiras são: China com US$ 6 bilhões, Países Baixos com US$ 4,8 bilhões e Alemanha com US$ 4,5 bilhões. As importações, no mesmo período, também cresceram em todas as categorias de produto, quando se compara com janeiro a novembro de 2004: bens de capital, bens de consumo, combustíveis e lubrificantes e matérias-primas.

Mesmo com o crescimento das importações, o país atingiu em 2005 o melhor saldo comercial de sua história. A meta de US$ 44 bilhões foi superada a cinco dias úteis do fim do ano. Foram US$ 11 bilhões a mais que o saldo de 2004, que já era o maior registrado pelo país. O superávit comercial (diferença entre o que foi exportado e importado) já acumulava uma cifra inédita de US$ 43,9 bilhões, nos doze meses que compreendem o período de dezembro de 2004 e novembro de 2005, segundo dados contabilizados pelo MDIC. O valor representa um crescimento de 33% em relação ao período de dezembro de 2003 a novembro de 2004.

Os recordes da balança comercial brasileira, em 2005, foram tão constantes que obrigaram o MDIC a readequar as metas três vezes. Números da Secretaria de Comércio Exterior indicavam que a projeção para as exportações, no início do ano, era de US$ 108 bilhões. Como esse montante foi alcançado já no meio do ano, em julho o ministro Furlan elevou a meta das vendas externas para US$ 112 bilhões. Com esta última previsão alcançada em setembro, veio a alteração de meta para US$ 117 bilhões.