Falta especialização em recursos pesqueiros, turismo e produtos naturais, diz coordenador do MEC

01/01/2006 - 14h11

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Recursos pesqueiros, turismo e produtos naturais são algumas áreas que ainda necessitam de gente especializada e instituições formadoras. É o que afirmou o coordenador-geral de Supervisão da Rede Federal de Educação Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), Gleisson Cardoso Rubin.

Segundo ele, o Brasil tem potencial hidrográfico, mas apenas quatro cursos técnicos na área de recursos pesqueiros. "É muito pouco para um país de dimensões continentais como o nosso", ressaltou.

Para ele, a tradição da oferta, às vezes, é maior que a queixa do setor produtivo. Rubin disse que um mapeamento dos cursos mostrou que, embora existam 20 áreas profissionais, 75% dos cursos estão concentrados em apenas quatro setores profissionais: informática, saúde, agropecuária e gestão. A campeã é a área de saúde que, segundo Gleisson, responde por uma de cada três matrículas nos cursos técnicos de escolas públicas e privadas.

Um curso técnico ou tecnológico só é aberto se houver demanda no local. "A demanda é sempre definida pela atividade econômica predominante naquele local onde a escola está instalada. Não adianta formar profissionais para mercados que não existem", explicou ele.

Um exemplo é o novo curso que será aberto no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Ouro Preto. Em janeiro, a instituição terá inscrições abertas para restauração de móveis históricos. A diretora do Cefet, Maria da Glória Santos Laia, espera que os alunos possam contribuir para conservação do patrimônio não só em Ouro Preto, mas também nas cidades vizinhas.

"Nós estamos em um núcleo do ciclo do ouro, região muito rica. Necessita de manutenção e conservação e, de principalmente de estudos no sentido de viabilizar manutenção de prédios históricos", observou a diretora do Cefet de Ouro Preto.

Gleisson Rubin afirmou ainda que "o desequilíbrio dos cursos em diversas áreas profissionais não poderá ser repetido nas 40 novas escolas que serão construídas no país até 2007".