Iolando lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O deputado Raul Jungmann, do PPS de Pernambuco, e outros parlamentares do partido entregaram hoje ao presidente da Câmara,Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e ao presidente da Comissão Representativa do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), requerimento pedindo a anulação da sessão e da votação em que o deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) foi absolvido da acusação de quebra de decoro parlamentar.

Para justificar o pedido, Raul Jungmann usa como argumento o fato de o deputado Mauro Passos (PT-SC) ter formalizado representação junto à Mesa da Câmara contra o deputado Osvaldo Biolchi (PMDB-RS), que, segundo ele, teria feito boca-de-urna pela absolvição de Queiroz.

Jungmann alega que, além de ter feito boca-de-urna, Biolchi ofereceu cédulas com o voto "não" à cassação de Queiroz, com o intuito de absolver o petebista. "Essa denúncia por si só prova que houve quebra de sigilo das votações e, por conseguinte, agressão à representação popular e aos princípios democráticos previstos na Constituição", disse Jungmann.

Para ele, se a Corregedoria da Câmara aceitou a representação do deputado Mauro Passos e abriu processo, "é porque encontrou pelo menos indícios de provas".

"A votação que absolveu o deputado Romeu Queiróz foi um tapa na cara da cidadania brasileira. Sobretudo da forma viciada e fraudulenta como foi feita", afirmou Jungmann. Ele disse que suspeita de um "acordão" feito com o objetivo de absolver Queiroz e outros deputados envolvidos no suposto esquema do "mensalão". Caso a sessão não seja anulada, o PPS poderá entrar com ação no Supremo Tribunal Federal para pedir sua anulação, informou Jungmann.