Representantes de federações de agricultores elogiam Seaf

08/12/2005 - 0h56

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil

Porto Alegre - O coordenador adjunto da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da região Sul (Fetraf-Sul), Ari Pertuzatti, garantiu não ter dúvidas ao afirmar que o Seguro da Agricultura Familiar (Seaf), do governo federal, foi uma das maiores conquistas que o setor obteve nos últimos anos. "É uma política pública que garante estabilidade, ânimo e coragem para continuar-mos produzindo", explicou. Segundo ele, com a estiagem que castigou o Rio Grande do Sul em 2005, "a grande maioria dos agricultores teria que vender um pedaço de terra ou uma vaca de leite para conseguir saldar os compromissos com os bancos".

"Com o seguro, os produtores quitaram suas dívidas e ainda conseguiram levar o dinheiro para casa para sobreviver até a próxima safra", afirmou Pertuzatti. Ele ressalvou, porém, que mais de 40% dos agricultores familiares gaúchos ainda estão fora da cobertura do seguro, pois plantaram com recursos próprios. "É preciso encontrar um mecanismo de contratação para também garantir as perdas daqueles que estão fora do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar [Pronaf]".

Também o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Ezídio Pinheiro, destacou a importância do Seguro da Agricultura Familiar para os produtores gaúchos. Segundo ele, as quase 140 mil famílias que foram enquadradas no Pronaf, "além de não pagarem as prestações do banco, ainda receberam bônus, que chegou até R$ 1,8 mil". "Foi o Seaf que salvou a pequena agricultura do estado. Sem ele, o nosso endividamento seria bem maior", afirmou.

Pinheiro ressaltou que o percentual de agricultores que ainda não se enquadrou no Seguro Agrícola "não tira a importância da iniciativa, uma vez que 2005 é o primeiro ano de atividade". Segundo o dirigente, 15 mil famílias não foram beneficiadas no Rio grande do Sul porque plantaram fora do período de estiagem. Ele explicou que em torno de 60% desse total não deverá se ajustar às regras do Seaf e "por conseqüência, vão ficar endividados". Outros 20 mil agricultores, enquadrados no programa de seguro agrícola do governo gaúcho, devem receber em torno de R$ 500 por família.